Steve Crocker e a história da segurança digital

Crocker criou as RFCs ("Request for Comments") e teve papel importante na criação da Arpanet

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Por Redação
Atualização:
Flickr/Icann (CC) Foto: Estadão

A história da internet já não é mais segredo para ninguém: tudo começou com uma rede de computadores entre algumas universidades norte-americanas. O projeto, conhecido como Arpanet, era financiado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DARPA), e serviu de pedra fundamental para o que eventualmente se tornaria a internet.

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Envolvido com a Arpanet desde o começo, Steve Crocker também tem sua dose de responsabilidade na criação da web, em um papel mais de bastidores. Crocker foi quem criou as RFCs ("Request for Comments") - formato utilizado até hoje para discutir e desenvolver os principais protocolos que regem a rede.

Hoje, mais de 30 anos depois, Crocker trabalha em sua própria empresa de segurança digital. A palestra que o especialista apresentou nesta tarde de quinta na Campus Party ajudou a traçar um panorama da evolução das tecnologias de encriptação e privacidade na rede.

"Nós nunca ficaremos 100% seguros na internet", afirmou Crocker, em previsão pouco otimista. "O problema sempre estará onde estiver a maioria das pessoas. Antes se acontecia algo com a Microsoft, isso afetava a todos, porque todos usavam o sistema da Microsoft. O mesmo acontece com os tablets e smartphones, está todo mundo usando, os olhos estão voltados para esses suportes. A questão é: como ter um controle melhor desses sistemas novos, e cometer menos erros do que a Microsoft cometeu?"

Sobre as soluções oferecidas pelos sistemas operacionais abertos, Crocker também não se mostrou excepcionalmente confiante: "o Linux é uma grande ideia, por ser aberto. O problema é a falta de usabilidade. É dificil fazer com que o mundo todo use Linux por isso."

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Só uma coisa é certa para Crocker: por sua própria concepção, de formatos abertos e colaborativos, a internet do futuro não deve se parecer muito com a que conhecemos hoje em dia, mas será ainda mais onipresente. "Em alguns anos a internet vai ser algo tão comum - quase invisível - a ponto de ela estar lá e nós nem falarmos mais sobre ela."

E quem fará a internet do futuro? As escolhas dos usuários, como tem sido até agora. "Sempre haverá algo maior que engolirá o anterior. Primeiro teve a Microsoft, depois surgiu a Apple, o Google, o Facebook. As coisas mudam na internet, mesmo que não acabem", afirmou.

Colaborou Murilo Roncolato

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