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O lado livre da internet

Cryptorave: privacidade e tecnologia para todos

Por CCSL
Atualização:

Entre 11 e 12 de abril de 2014, vai acontecer, no Centro Cultural São Paulo em São Paulo, a Cryptorave. Trata-se de um evento gratuito com "mais de 28 atividades sobre segurança, criptografia, hacking, anonimato, privacidade e liberdade na rede".

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A cryptorave foi inspirada nas recentes CryptoParties: eventos organizados localmente por voluntários, sem coordenação central, com vistas a promover um melhor entendimento e uso de ferramentas criptográficas pela população em geral.

Para além dos esforços de vigilância e controle de diversos países, como China ou Estados Unidos, pessoas mal-intencionadas ou mesmo criminosos têm, como sempre tiveram, amplo interesse em burlar sistemas de segurança. No entanto, os riscos a que o cidadão comum ou empresas estão sujeitos no momento presente são maiores e as ferramentas para minimizar esses riscos ainda são complexas e, portanto, pouco utilizadas.

A cryptorave será um evento para aprender sobre tecnologia, discutir questões sobre política e governança na Internet e conscientizar sobre a relevância do problema. O evento contará com oficinas para iniciantes e apresentações de ferramentas específicas, como TOR e OTR, questionamentos sobre a segurança da urna eletrônica brasileira, palestras sobre ativismo na era digital e o papel das moedas eletrônicas (como Bitcoin). Durante a cryptorave haverá também uma Install Fest, onde usuários experientes de Linux vão ajudar os mais novatos a instalar o sistema em seus computadores, bem como a configurar programas de criptografia de disco, e-mail e bate-papo.

Além das diversas palestras, o evento deve servir também como confraternização entre os interessados nas questões mencionadas acima; por isso mesmo, a festa também contará com uma balada com DJs e videomapping na sexta à noite e, no sábado, um show de encerramento com a banda "Free Software and the Open Sources", formada por membros do CCSL.

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Como amplamente divulgado na mídia, o Marco Civil da Internet foi recentemente aprovado no Congresso (embora ainda esteja em apreciação pelo Senado). No entanto, assim como a existência de leis e da polícia para coibir furtos não é razão para que se deixe de fabricar fechaduras, câmeras de vigilância e outros equipamentos de segurança, também a aprovação do Marco Civil não é razão para que se perpetue o presente baixo nível de segurança dos usuários da Internet em geral.

O momento para o lançamento da cryptorave, portanto, é muito apropriado, já que a vitória da população nesse embate político não deve ser razão para que se minimize a relevância do outro lado da moeda quando os temas são privacidade e liberdade de expressão: a tecnologia.

/Nelson Lago é gerente técnico do CCSL

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