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Inovação e cultura maker contada por mulheres

O que não contam sobre a Internet das coisas: risco às mulheres

A Internet das coisas nunca esteve tão em voga, inclusive tendo sido considerada uma das tecnologias disruptivas de destaque no Fórum Econômico Mundial de 2016. Apesar do hype de termos relógios, TVs, geladeiras e uma série de outros equipamentos interconectados à Internet, ouvimos falar muito pouco das falhas de segurança que essas tecnologias possivelmente trazem. Mais ainda quando o alvo principal dessa exposição são as mulheres.

Por Carine Roos
Atualização:

Programação

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A tarefa de um programador é analisar um problema e garantir que o seu programa lide com todas as situações possíveis previstas no seu escopo de trabalho. Entretanto, a chance de ele esquecer algum detalhe nesse esquema lógico e isso virar porta de entrada para possíveis ataques é bastante comum. E quando se coloca um dispositivo conectado à Internet, mais pessoas têm chances de tentar explorar maliciosamente essas falhas, agora expostas ao mundo.

Além disso, pode-se dizer que também aumenta a complexidade do próprio software ao estar conectado à Internet. Por exemplo, um despertador conectado à rede poderia tocar vídeos do YouTube como canções para despertar. Para fazê-lo, o dispositivo contaria com uma implementação de streaming desses dados de música. Nesse sentido, pode-se dizer que o acesso à Internet torna os equipamentos mais complexos e quanto maior a complexidade, maior a chance de falhas cometidas pelo programador.

Mulheres

Mulheres são as principais vítimas de crimes na Internet: sequestro de dados, de imagens íntimas, ameaça de vazamento de dados considerados constrangedores, até mesmo o uso silencioso dos dados coletados. A cena clássica que aparece no seriado Mr Robot, em que um hacker instala um malware que captura imagens comprometedoras da webcam da personagem Angela é mais comum do que parece. Na série, ela acaba se tornando vítima de extorsão para impedir que suas imagens sejam divulgadas.

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Recentemente um casal teve sua privacidade invadida por um hacker que conseguiu ativar a câmera de uma Smart TV à distância. As cenas do sexo foram disponibilizadas depois em sites pornográficos.

Medidas tecnológicas

 Foto: Estadão

Algumas medidas podem minimizar os riscos de exposição de seus dados:

-Uso de software livre porque permite um escrutínio mais amplo da comunidade de pesquisadores de segurança.

-Uso mais intenso de técnicas de criptografia. Confira o guia ¨Security in a Box¨ com várias dicas de segurança digital para mulheres.

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-Educação e conscientização dos usuários a respeito do consumo seguro de tecnologias. Busque entender como funciona o framework jurídico do seu país: tanto dos termos de uso dessas tecnologias (contrato entre usuários e as empresas), quanto da legislação vigente sobre proteção de dados pessoais.

-A importância de colocar um adesivo para tapar a câmera de um laptop pode ser considerado análogo à prudência do uso de um preservativo. Os riscos de falhas de segurança são reais. Seja consciente tomando esta medida. Se até o Mark Zuckerberg e o diretor do FBI James Comey fazem, por que você não faria?

*Carine Roos é empreendedora social apaixonada por tecnologia e empoderamento feminino. É uma das idealizadoras do MariaLab e da UPWIT.

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