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Inovação e cultura maker contada por mulheres

Um beco sem saída: como é ser mulher na TI

Muitas vezes a gente só queria fazer o nosso trabalho em paz. Ser mulher na área de tecnologia muitas vezes é se ver obrigada a tomar posições em situações do dia-a-dia para proteger a si e as colegas da área sem que você nem mesmo esteja envolvida na conversa. Segurar essa bandeira da defesa da igualdade 24h dia, 7 dias por semana é cansativo. Quando você é mulher no mercado de TI você lembra que, por mais que você se esforce, sempre vai ter alguém encontrando meios de lhe tirar do espaço que lhe pertence. Isso se agrava mediante escândalos como o mais recente em que um funcionário do Google apresenta (em carta pública) o argumento absurdo de que a falta de mulheres na tecnologia seria relacionado a fatores biológicos.

Por Vanessa Guedes
Atualização:
 Foto: Estadão

Não é incomum ouvir relatos de mulheres que fizeram tudo certo em suas carreiras tanto quanto ou mais que os outros, e foram deixadas para trás, enquanto seus colegas homens subiam de cargo, ganhavam aumentos e viravam líderes. Muitas não entendem onde erraram ou onde foi que o plano de carreira não funcionou (apenas para elas).

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É como se você comprasse a ideia de que - veja só que legal - mesmo sendo uma mulher num mercado majoritariamente masculino, você está pronta para lidar com as adversidades, conquistou o respeito dos seus iguais e o machismo é uma coisa do passado. Nesse mundo ilusório, por exemplo, piadas machistas e homofóbicas já não são mais toleradas e mulheres só não alcançam altos cargos se não quiserem.

A realidade entretanto é que o mundo a sua volta continua lhe oprimindo porque ele está montado e pronto para tal. Ser mulher na TI é, de duas uma: bater de frente com as perversidades sutis do ambiente hostil, ou continuar trabalhando sempre na mesma condição, aceitando o mundo em seu estado atual e supondo ser praticamente inviável mudá-lo. E quando Julian Assange, do Wikileaks, oferece emprego para o funcionário demitido do Google, afirmando que "censura é para os perdedores", o que vemos é uma falácia baseada em preceitos de liberdade de expressão, mas que sistematicamente é usada para justificar discursos que prejudicam mulheres no ambiente de trabalho. Não nos falta apenas ética, mas nos falta também empatia.

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