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Inovação e cultura maker contada por mulheres

Women's Health Tech Weekend promove soluções para a saúde da mulher

Grupo vencedor do Hackathon Women's Health Tech Weekend irá apresentar o projeto EmpoderaMarta em Berlim, Alemanha

Por Maria Lab
Atualização:

Primeiro Hackathon Women's Health Tech Weekend. Foto: Arianne Thrall

Aconteceu em março o primeiro Women's Health Tech Weekend, hackathon organizado pela UPWIT (Unlocking the Power of Women in Technology) em parceria com a Crossing Connection Health, Comnaction e Merkaz. O evento, que foi realizado em São Paulo nos dias 11 e 12, junto à semana do Dia Internacional da Mulher, teve como propósito discutir e co-criar soluções tecnológicas relacionadas à saúde da mulher por meio do fortalecimento da diversidade, e contou com uma maratona colaborativa de 30 horas com palestras e atividades para auxiliar as equipes na construção das propostas. Ao final, após apresentação dos projetos e análise das juradas, três grupos foram premiados com ações que possibilitaram o desenvolvimento de cada solução. Entre os projetos vencedores está o EmpoderaMarta, que venceu na semana passada o eSkills4Girls, um programa do governo alemão para combater a divisão digital de gênero, e participará de uma nova rodada de seleção de projetos no Impact Hub Berlim - o resultado da competição serão três projetos que apresentarão no Women20 Summit, em Berlim.

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O hackathon nasceu da necessidade de um olhar mais direcionado para a saúde da mulher, levando em consideração que, na maioria das vezes, ela é responsável não só pelos seus cuidados, como também de toda sua família. Entre os temas abordados no evento estavam Corpo & Sexualidade, Saúde Reprodutiva, Gravidez & Maternidade, Menopausa e Saúde Mental. O público foi composto por 150 empreendedores, web-designers, desenvolvedores de software, sendo cerca de 80% mulheres, amparados por especialistas em user-experience, negócios, inovação, gênero e saúde.

Foi em meio às palestras e rodas de conversas que surgiram os projetos e, dentre eles, três se destacaram, sendo os vencedores do hackathon: EmpoderaMarta (1º lugar), um projeto de inclusão digital para mulheres da terceira idade que oferecerá aulas de tecnologia básica no intuito de evitar o isolamento social desse público e, consequentemente, doenças como a depressão; o projeto Transaúde (2º lugar), um site voltado para mulheres transexuais e profissionais de saúde com informações, vídeos, artigos e leis para contribuir com a formação do profissional e melhor atendimento aos pacientes transgêneros; e o projeto CollabeCare (3º lugar), que trata-se de uma plataforma voltada para as gestantes com informações sobre todas as fases da gravidez, e que traz a possibilidade de o médico fazer acompanhamento da gestação pelo site, minimizando o desencontro de informações.

Entramos em contato com uma representante de cada grupo para entender o que mudou na vida dessas pessoas depois da premiação do hackathon. Para a Jaqueline Venturim, que falou em nome do grupo EmpoderaMarta, a oportunidade de participar do Women's Health Tech Weekend mudou a vida das integrantes, que, segundo ela, nem imaginavam os caminhos que iam percorrer. De acordo com seu relato, o grupo acorda todos os dia 2 horas mais cedo para desenvolver o projeto e para ela, ter vencido o eSkills4Girls as motivou ainda mais para alcançar todas as "Martas", inclusive as internacionais. Até o momento, o grupo montou o modelo de negócio, o canvas e validação do projeto e agora se prepara para a grande viagem.

Segundo Taisa Dias, representante do projeto Transaúde, o Women's Health Tech Weekend foi enriquecedor do começo ao fim, e a dinâmica de apresentar palestras informativas na fase de brainstorming foi uma oportunidade para aprender sobre diversos assuntos dentro da temática, validar hipóteses e se inspirar. Para ela, o grupo saiu de lá não só vencedores, mas também empreendedores. O projeto está em fase de construção e, para melhores resultados, foi dividido em duas abordagens: uma plataforma voltada para os médicos e fomentação de pesquisa e outra, com nome a definir, dedicada especificamente ao atendimento de mulheres trans.

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Já para a Maitê Lourenço, representante do projeto CollabeCare, o que mudou na vida das integrantes do grupo foi a forma de pensar a jornada acadêmica e profissional, vivência e amadurecimento através do trabalho em equipe, e o evento possibilitou todo essa experiência, além de muito aprendizado e networking. Sobre o projeto, ela afirmou que, até o momento, o grupo desenvolveu o app e site, faltando apenas aprimorar o design e funcionalidades. Estão com uma equipe consolidada e até ganharam mais um membro para o desenvolvimento.

A UPWIT é uma organização social que atua para aumentar a participação feminina na área de tecnologia por meio da criação de workshops temáticos com mulheres referências da área, com o intuito de gerar inspiração e desenvolvimento de soluções tecnológicas, utilizando abordagem de design thinking. Em um ano de trabalho, mais de 500 mulheres participaram de uma vivência envolvendo troca de conhecimento, apoio, fomento à liderança, mentoria e solução de desafios utilizando tecnologias.

*Fernanda Coelho é em Marketing Digital na UP[W]IT e membro-colaboradora do MariaLab.

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