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Máquinas e aparelhos

A vez da Apple Music

O serviço da Apple parece dar mais destaque a artistas e obras musicais que o Spotify

Por Camilo Rocha
Atualização:

Reprodução

 Foto: Estadão

 

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Uma coisa incrível aconteceu nos meus primeiros dias de uso do Apple Music, o serviço de streaming da fabricante do iPhone lançado mundialmente na terça-feira passada. Depois de alguns passos iniciais, como escolher gêneros e artistas de que gosto e montar as primeiras playlists, o aplicativo fez uma festa. No quarto dia de uso, a seção "For You" ("para você") me apresentou mais de 20 boas playlists e 15 álbuns interessantes como sugestões. As listas traziam recortes sofisticados como uma lista só com músicas dos anos 70 de Stevie Wonder e outra com "joias ocultas", faixas menos óbvias dos Titãs.

Spotify e Deezer nunca fizeram isso por mim. Nenhum dos dois serviços conta com o recurso que pergunta seus gostos logo na entrada do aplicativo. Em vez disso, as preferências são descobertas ao longo do tempo.

Gostei da apresentação e criatividade das playlists que a Apple me mostrou, como "Eletrônica para quem não gosta de eletrônica" e "Nova MPB para domingo de manhã". Não tem nada assim na seção equivalente do Spotify, chamada "Discover", e que tem muito menos destaque na plataforma que seu equivalente no app da Apple.

Como fã e ouvinte dedicado de música há décadas, desde o tempo em que gravava fitas cassete cuidadosamente curadas para os amigos, o Apple Music me pareceu nessas primeiras impressões dar mais destaque a artistas e à música do que o Spotify. Para o meu gosto, o aplicativo sueco foca demais nos "climas" e playlists temáticas ("Dançar, canta, pular", "Samba,churrasco, feijoada e amigos", etc.), diminuindo a importância de nomes e obras musicais.

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A curadoria humana, em complemento às escolhas dos algoritmos, é evidente no serviço do Apple. Além da montagem das playlists de "For You", na seção "Nova" há uma porção de seleções dos "editores da Apple" para inúmeros gêneros e compilações de veículos de renome como Vice, Pitchfork e Rolling Stone. De acordo com a assessoria da Apple no Brasil, já existe um time brasileiro de curadores trabalhando em seleções para o serviço, mas ainda não há confirmação de marcas locais assinando playlists.

E aí temos a rádio Beats 1. Aqui o ouvinte tem "curadoria" como uma boa e velha FM: transmissão de música em tempo real com locutores animados. A Beats 1 tem bases em Nova York, Los Angeles e Londres e foca em lançamentos de hip hop, R&B e música eletrônica. Novos programas estão chegando, entre eles o The Pharmacy, apresentado por Dr. Dre, rapper e produtor que é um dos cofundadores da Beats Music, serviço que é a base do Apple Music.

As coisas que me agradaram no serviço talvez sejam específicas para quem é mais preocupado com detalhes da música que ouve. Para quem só quer dar dois cliques, um no aplicativo e outro em listas com nomes como "Para relaxar", o Spotify se apresenta como uma solução mais prática.

Não menos importante é o fato de que o Spotify e Deezer têm uma opção gratuita. Apple Music de graça só nos três primeiros meses, depois o usuário terá que optar entre plano individual ou familiar (respectivamente, US$ 4,99 e US$ 7,99; por enquanto só preços em dólar estão disponíveis).

Faltando dez dias para o fim do trimestre gratuito, a Apple avisará os inscritos se querem seguir pagando. Será a hora de conferir se a música da Apple vai virar hit ou não.

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