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Máquinas e aparelhos

A vez do hardware

Surface tem inovações que querem conquistar novo público para a velha Microsoft

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Por Camilo Rocha
Atualização:

Surface tem inovações que querem conquistar novo público para a velha Microsoft

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A penúltima semana de junho será lembrada como o começo da reação da Microsoft à sua eminente obsolescência. Num espaço de dois dias, a empresa proprietária do Windows anunciou um tablet, sua primeira incursão em hardware de computador, e uma nova versão para seu sistema operacional para smartphones, o Windows Phone 8 (sem falar que em julho outro anúncio está previsto, mas ainda não se sabe bem do quê...).

São tempos de preocupação na empresa. Não é à toa. No mundo do dispositivo móvel, o mundo pós-PC, também conhecido como "o futuro da computação", sistema operacional da Microsoft está na lanterna. Nos smartphones, ela fica atrás de Android e iOS, obviamente, mas também come poeira de BlackBerry e Symbian. Sua participação de mercado diminuiu de um ano para cá, encolhendo de 2,6% até março de 2011 para 2,2% no primeiro trimestre de 2012. Nos tablets, praticamente não existe. Até agora.

As primeiras impressões do Surface foram boas. Em especial, sua criativa solução para incorporar teclado nesse tipo de aparelho. Disponível em duas opções, touch ou tecla física, e fazendo as vezes de capa do aparelho, o recurso faz do Surface uma espécie de híbrido de tablet e computador. Assim como o Windows fez com o computador pessoal nos anos 80, o Surface pode ser um tablet amigável para uma fatia de público que não se adaptou à novidade.

O Surface virá em duas opções: uma para Windows 8 RT (para processadores ARM), com 9,3 milímetros de espessura e 676 gramas de peso; a segunda para Windows 8 Pro (para processadores Intel), com 10,5 mm de espessura e pesando 903 gramas. Os dois modelos tem tela de 10,6 polegadas (269,24 mm).

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Na parte de armazenamento, a versão Windows RT vem em 32 GB e 64 GB e a Windows 8 Pro terá 64 GB e 128 GB. A parte de trás do tablet vem com apoio próprio, permitindo ao usuário deixá-lo em posição semivertical (útil na hora de usar o teclado). Também é compatível com caneta stylus, alternativa para escrever e desenhar na tela sem usar o dedo.

A empresa não falou em preço, se limitando a dizer que ficaria na mesma faixa dos ultrabooks. Nos Estados Unidos, esse tipo de computador custa em média US$ 1.000.

Passados o entusiasmo e a surpresa iniciais com o Surface, vieram as dúvidas. Não é um pouco tarde para entrar na corrida dos tablets? Como é que o Surface vai dissuadir alguém de comprar um iPad?

Houve ainda quem considerasse o lançamento "desesperado". Citam o fato de que o Surface pode atropelar parceiros de hardware que há anos trabalham com a Microsoft. São empresas como Dell, Lenovo, Samsung e HP, que sempre embutiram Windows em seus desktops, laptops e, agora, ultrabooks. E que agora ouviram seu velho parceiro dizer que o Surface tem especificações e preço para rivalizar com os... ultrabooks. Mas essa parece ser a nova cara da Microsoft: uma empresa que não quer mais esperar pelos outros parceiros na briga com a Apple.

O tablet roda Windows 8, versão radicalmente repaginada do sistema operacional da empresa. Apresentado em fevereiro, o software traz design limpo e inovador e, através de "azulejos", que entram no lugar dos velhos ícones, uma nova forma de organizar e acessar aplicativos.

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O Windows 8 também veio para integrar a experiência do sistema operacional em tablets, telefones e computadores. Como parte dessa nova fase de "unificação", a empresa nem deixou baixar a poeira do Surface para já anunciar seu Windows 8 para smartphones numa conferência para desenvolvedores. A plataforma renovada traz como principal atração a maior facilidade de compartilhamento de aplicativos, jogos e contatos de agenda entre diferentes dispositivos.

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O novo sistema será compatível com vários tipos de resolução de tela, incluindo WVGA, WXGA e 720p. Terá compatibilidade também com cartão MicroSD. Os tais "azulejos", que representam aplicativos ou funções no Windows Phone 8, podem agora ser ajustados para três tamanhos diferentes, permitindo muitas opções de organização visual.

A má notícia para quem acabou de comprar um dos smartphones Lumia, da Nokia - que vêm com Windows Phone 7,5 e são os principais garotos-propaganda do sistema - é que os celulares não terão a atualização do sistema. O motivo é que, para levar a cabo essa unificação do "DNA" dos sistemas, incluindo aí os núcleos que conectam software e hardware, a Microsoft teve de passar uma régua e começar tudo do zero.

Surface e Windows 8 devem chegar ao consumidor no segundo semestre.

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