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Máquinas e aparelhos

Começa a nova fase dos tablets

É bem possível que 2012 seja lembrado como o ano que mudou tudo na área dos tablets. Há grandes chances de que o cenário que vemos hoje seja totalmente diferente no ano que vem. Em outras palavras, a dominação folgada do iPad pode ser seriamente ameaçada pelos novos tablets anunciados por Microsoft e Google - o Surface e o Nexus 7.

Por Camilo Rocha
Atualização:

Vale lembrar o domínio da Apple. Uma pesquisa recente mostrou que 73% dos americanos respondeu "iPad" à pergunta "Qual tablet você planeja comprar?". Em segundo, veio o Kindle Fire, da Amazon, com 8%. E o Galaxy Tab, da Samsung, foi lembrado por apenas 6%.

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Somando os resultados anunciados pela Apple desde o primeiro iPad (2010), as vendas do tablet chegaram a 67 milhões de unidades em março. O Galaxy Tab, seu maior concorrente mundial, diz ter despachado para as lojas (mas não vendido) cerca de dois milhões de peças.

E como Google e Microsoft querem vencer uma batalha que tantos fracassaram? Seguindo uma das regras de ouro da Apple: um sistema totalmente fechado, com hardware e software feitos um para o outro. Assim como a Apple com o iPad, a Microsoft e o Google são proprietários do sistema operacional, da loja de aplicativos, do browser e do serviço de nuvem.

As duas empresas parecem ter perdido a paciência com seus parceiros de hardware, que não conseguiram chegar aos pés do iPad. Resolveram tomar as rédeas antes que fique impossível reverter a dominação da maçã.

Faz todo sentido que empresas de software como Google e Microsoft assumam seus tablets da casca ao conteúdo. A experiência desse tipo de aparelho, do teclado de toque aos aplicativos à mobilidade à interação com outros dispositivos, é totalmente relacionada ao software.

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Com sistemas operacionais novos é natural que ainda percam feio para a Apple num ponto crítico: oferta de aplicativos. O Windows 8 vai mal para uma plataforma que saiu para desenvolvedores em fevereiro. Não chegam a 200 as opções na loja virtual Windows Store. A AppStore tem 225 mil opções para o iPad.

Já a versão nova do Android que está no Nexus 7 (4.1, apelidada de Jelly Bean) ainda não está disponível. Por enquanto só há apps nativos do tablet.

As características físicas dos dois produtos mostram potencial. Ambos têm processadores mais poderosos que o iPad. O Nexus 7 vem com 1,3 GHz e o Surface pode ter 1,5 GHz (o número exato não foi divulgado) contra o 1 GHz do iPad.

O Nexus 7, de dimensões e preço menor, pode abocanhar uma fatia do público que precisa de algo mais portátil que o iPad. Já o Surface, com suas opções de teclado, entrada USB e cartão SD e armazenamento de até 128 GB, pode atrair usuários que querem algo mais próximo do PC.

É claro que estamos falando de probabilidades, não certezas. Há outros cavalos na corrida. A Samsung, por exemplo, não desistirá de seus tablets tão cedo. Como uma das maiores fabricantes do mundo, ainda tem muita munição para gastar.

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Em seu evento Research Day, realizado em São Francisco, nos EUA, semana passada, a Intel reforçou sua aposta nos ultrabooks e numa terceira via, os híbridos ou "conversíveis", aparelhos que têm tela de toque e teclado físico (como o Surface, que tem uma opção com chip Intel). Acreditam, acertadamente, que existem muitos consumidores que não estão preparados para abandonar as teclas de verdade.

Mas a Intel não deixa de contemplar os tablets e disse no mesmo evento que seu chip Atom estará presente em 20 novos modelos com Windows 8. Há chances de que isso não se concretize. O lançamento do Surface magoou muitos fabricantes que pretendiam lançar tablets com Windows 8. Um executivo da Acer comentou como foram pegos de surpresa pela novidade. A HP foi mais longe e abandonou planos que tinha de lançar um modelo com o sistema da Microsoft.

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