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Máquinas e aparelhos

Computadores feitos para nos transportar

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Por Camilo Rocha
Atualização:

LOGIN Brian David Johnson, engenheiro e futurista da Intel

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Quais serão os principais avanços para os automóveis nos próximos cinco anos?

Nos últimos anos, pessoas em todo o mundo se acostumaram a carregar muito poder computacional nos seus bolsos. Smartphones e tablets se integraram às nossas vidas, nos tornando mais eficientes e nos conectando às pessoas e ao entretenimento. Se pensarmos nesses aparelhos como plataformas que carregamos, penso nos carros como computadores que nos transportam. Para mim a principal questão é: o que queremos fazer com todo esse poder computacional? Para responder a isso, precisamos entender a relação que temos com os carros e como eles se encaixam em nossas famílias, cidades e países. A verdadeira meta é descobrir como podemos usar a tecnologia para fazer isso melhor. Como dar mais segurança, eficiência e conectividade às pessoas.

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Quando falamos em carros conectados, vemos muito foco em entretenimento e comunicações. E segurança, tecnologia e conectividade podem ajudar nessa parte?

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Para mim, segurança não é só importante, mas também uma parte bem mais interessante do que entretenimento. Na Intel, como fazer os carros mais seguros é uma pergunta constante. Um exemplo disso é esse protótipo que criamos chamado "Enxergando através da chuva", que usa a inteligência do computador para interagir com os faróis do carro e permitir que o motorista "enxergue" através da chuva. Ele ajusta as luzes para que se diminua a reflexão, que é o que causa perda de visibilidade.

O carro conectado pode melhorar a comunicação entre motoristas. Que benefícios disso isso pode trazer?

Uma comunicação melhor entre motoristas significa maior eficiência e segurança. Mas estamos pensando em todos os aspectos: comunicação entre os carros em si, entre os motoristas, mas também entre carro e motorista. Pensamos nas ruas e cidades como sistemas complexos e tentamos descobrir como alinhar esses dados, diminuindo o trânsito e aumentando a eficiência e a segurança.

De que outras maneiras a tecnologia de conectividade pode tornar o carro mais seguro?

Ela pode fazer diagnósticos constantes da situação do carro a qualquer momento, nas peças, nos pneus, no óleo, etc. Tecnologias assim já existem, em maior ou menor detalhe, em muitos modelos. A novidade com a conectividade é que o usuário pode receber ou acessar essa informação sem precisar estar dentro do carro, mas também em seu smartphone ou no computador em casa.

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O carro conectado pede melhorias na internet móvel? Estou pensando no Brasil, que é um país cheio de buracos nesse sentido.

Quando pensamos no futuro da computação, acho importante projetar para o mundo real, não o ideal. Nosso objetivo é projetar sistemas que entendam que não é todo mundo que vai estar conectado o tempo todo.

Quem está na vanguarda deste setor?

É uma mistura de fabricantes tradicionais e desenvolvedores de apps, mas também empresas de tecnologia. Quando você começa a pensar no carro como um computador que o transporta, essa mudança de mentalidade abre a porta para que muitas empresas inovem. Estou curioso para ver o que virá, por exemplo, de desenvolvedores brasileiros.

---Leia mais:Carro conectado

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