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Máquinas e aparelhos

De volta para o futuro

O Windows 8 será lançado nesta semana e traz as maiores mudanças desde 1995

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Por Camilo Rocha
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O Windows 8 será lançado nesta semana e traz as maiores mudanças desde 1995

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A nova versão do Windows é muito mais que um upgrade. É também uma necessária estratégia de sobrevivência. O Windows 8, que será lançado oficialmente no dia 26, é a cartada que decidirá se a Microsoft permanece no jogo tech ou consolida seu status museológico.

Não faltou gente batendo pregos no caixão do conglomerado de Bill Gates neste ano. Talvez a declaração de maior impacto tenha vindo da revista norte-americana Vanity Fair que falou em "década perdida" da Microsoft. O artigo relata como a cultura empresarial da Microsoft se distanciou do paradigma da inovação. Cita um episódio em que Gates teria rejeitado uma proposta de tablet, bem antes do iPad, por não ter "a cara do Windows".

A própria Microsoft apontou o dedo para si mesma na campanha publicitária da nova versão do Internet Explorer. Mostrando um saudável espírito autodepreciativo, a campanha tinha como mote "O navegador que você ama(va) odiar". A campanha do novo Windows tem uma mensagem parecida: esqueça seus preconceitos, a história é diferente agora. "Reimagine o Windows", convida. Parece dar certo. O novo sistema operacional é considerado por alguns analistas como a maior revolução no software da empresa desde o Windows 95. Será que ele conseguirá trazer a Microsoft de volta para o futuro?

Retangular. O visual chama a atenção imediatamente: é moderno, minimalista e elegante. Aplicativos ou temas são representados por quadrados ou retângulos (como "Windows Store" ou "Contatos") que podem ser coloridos e nomeados ao gosto do freguês, facilitando a identificação. O usuário pode arranjar esses ladrilhos coloridos na tela da forma que quiser, inclusive criando subgrupos. É uma lógica totalmente nova.

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A Microsoft repensou a interface poluída com inúmeros ícones e avisos que pulam na tela. A inicialização ficou também muito mais rápida: 14 segundos. Um grande avanço em relação ao enrolado processo tradicional de ativação do Windows.

O ambiente clássico não desapareceu por completo. Ele pode ser acessado facilmente por usuários que sentirem saudade de pastas e janelas através de um ícone chamado "Desktop".

Mas, mesmo no ambiente clássico, as coisas também foram mudadas. O botão "Iniciar" não existe mais. A tecla "Esc", atalho para cancelar uma tarefa, não volta para a tela anterior. A tecla "Windows" (entre o Ctrl e o Alt) transporta o usuário do ambiente tradicional para o novo.

Pensando nos muitos dispositivos da vida contemporânea, o Windows 8 faz o possível para unificar a experiência de tablet, smartphone e PC. É claro que há concessões: ao abdicar da lógica de janelas e pastas, a experiência do usuário no PC fica mais próxima à do tablet.

Quem prefere usar mouse e teclado pode estranhar. É um dos pontos arriscados do projeto: para manter sua força, o sistema também precisa conquistar os milhões de usuários do Windows pouco ligados a novas tecnologias.

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Para ajudar na ponte, até o fim do ano haverá uma longa lista de lançamentos de notebooks "híbridos". São dispositivos que intercalam os modos de operação conforme a situação: se a tela estiver afixada no teclado, em ângulo mais para vertical, o mouse e o teclado passam a valer. Se a tela estiver em ângulo mais deitado, o sistema entende a posição e passa a obedecer a comandos a partir de toques na tela.

A versão preliminar do Windows 8 foi bem avaliada. Quando testei a versão Preview, em março, concluí: "O desempenho do novo sistema foi muito bom. Mesmo com vários aplicativos abertos, funções e efeitos gráficos rodaram sem problemas". David Pogue, do The New York Times, se declarou "excitado".

Não faltaram ressalvas. Analistas da PC World disseram que "levará tempo para desaprender tudo que aprendemos desde o Windows 95". Outros reclamaram das regras rígidas para aprovar aplicativos na loja do sistema, a Windows Store, o que contraria a tradição aberta da Microsoft.

OITO DÚVIDAS DO WINDOWS 8 

1 - Quando chega e quanto vai custar? O lançamento oficial é dia 26 de outubro. Uma promoção da Microsoft oferece upgrade a R$ 29 para quem comprar um computador com Windows 7 até 31 de janeiro de 2013

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2 - Há quantas versões do Windows 8? Quatro. Windows 8, para usuários comuns. Pro, com recursos extras. Windows RT, para aparelhos com processadores de arquitetura ARM. E Windows Enterprise 8, para uso empresarial

3 - Funciona melhor no tablet ou no PC? A Microsoft diz que a experiência terá a mesma fluidez nos dois. Mas o visual dos "azulejos" parece mais adaptado ao toque dos dedos do que ao mouse e teclado

4 - Quais os principais recursos novos? Visual de ladrilhos coloridos, que põe fim às janelas. Sincronização com Xbox Live ou SkyDrive. Internet Explorer 10. Loja de aplicativos Windows Store. Compatível com USB 3.0

5 - Já tem pacote Office para o Windows? O lançamento do Office 2013 é esperado para a mesma época que o do Windows 8. Ele é adaptado aos tablets e tem integração com SkyDrive (serviço de nuvem da Microsoft) e Skype

6 - E se eu não me acostumar com a nova cara? Os usuários sempre poderão usar o visual clássico do Windows. Ele pode ser acessado através do ladrilho "Desktop". As janelas e os ícones de aplicativos no desktop estarão lá

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7 - E as novidades na área de games? Há dois aplicativos novos. Xbox: Live Games, que acessa a loja de jogos online da Microsoft, e Xbox Companion, que possibilita transformar tablets e smartphones em consoles

8 - Já existem tablets com Windows 8? Vários modelos são esperados para o fim do ano, incluindo o Surface, da Microsoft. Outros incluem o Series 5, da Samsung, o ElitePad 900, da HP, e o Latitude 10, da Dell

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