PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Máquinas e aparelhos

Imprima qualquer coisa

Por Camilo Rocha
Atualização:

Publicado no Link em 6/2/2012

PUBLICIDADE

Foi a atração da redação por alguns dias. Uma grande caixa de plástico translúcido com vários mecanismos internos: trilhos de impressora, injetores de plástico e fiação. O tempo todo as pessoas paravam querendo saber o que era aquilo. Quando a traquitana foi posta a funcionar então, juntou ainda mais gente.

Depois de sacudir e ranger por cerca de uma hora, uma pequena maçã de plástico branca foi produzida. Foi o primeiro contato de muitos com a impressão 3D. Passado o fascínio inicial, veio a questão: "Para que serve?"

A impressão 3D, hoje, não tem muita valia para o público em geral. Seu uso é para fins profissionais: confecção de peças de reposição para smartphone, maquete arquitetônica, amostra de embalagem, ou órgão humano de plástico para aulas da medicina. Uma série de empresas já presta esses serviços aqui no Brasil.

Aos poucos, surgem opções para o consumidor comum. Sites como Shapeways e Thingiverse oferecem objetos como joias, peças de xadrez, prendedores de papel, saboneteiras, brinquedos, utensílios de cozinha e trecos decorativos.

Publicidade

Apesar de oferecer desenhos para baixar e imprimir, o Shapeways é mais como uma loja onde você escolhe o produto, customiza (cor, formato, material), manda fazer e recebe a peça em casa (pagando por ela mais o frete). Usuários podem mandar criações para serem produzidas ou postas à venda no site. Entre os materiais disponíveis estão plástico, aço inox, vidro e cerâmica.

O Shapeways já tem um equivalente brasileiro: o Imprima 3D. Nele, você escolhe desenhos que já existem, faz versões personalizadas ou manda projetos. Não é possível porém, baixar desenhos e imprimir em casa.

O Thingiverse é mais colaborativo. Pessoas oferecem desenhos para que outros baixem e imprimam em 3D. Usuários trocam dicas de técnicas, matérias-primas e equipamento (muitos constroem suas impressoras).

Prova do crescimento da tendência é que o PirateBay acaba de lançar uma seção dedicada a projetos para impressoras 3D. O site dos torrents chamou a seção de "physibles" (contração de "físico" e "viável", em inglês).

Começa o novo capítulo da velha saga: a popularização de um sistema ágil de compartilhamento e reprodução gratuita começa a tirar o sono dos donos de direitos autorais. A possibilidade de fazer bonecos da Disney em casa está entre nós.

Publicidade

PUBLICIDADE

Ainda falta muito para que os sonhos mais ousados da impressão 3D (tecidos biológicos, carros, tênis) virem realidade. Trata-se aí da fabricação caseira ou remota de produtos complexos, com múltiplos materiais e técnicas de confecção. O caminho é longo, mas já estamos nele.

Os preços vêm caindo. Nos EUA, a MakerBot tem um modelo de US$ 1.099 (R$ 1.911). Para quem leva jeito, há modelos que o usuário monta por menos de US$ 500 (cerca de R$ 867). No Brasil, claro, tudo é mais caro. A impressora testada na redação, a BFB-3000, da Robtec, custa R$ 12.400. A empresa tem um modelo mais simples, o RapMan 3.1, que custa R$ 5.700, para ser montado em casa. Os dois aceitam desenhos feitos pelo usuário em programas específicos e carregados via cartão SD.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.