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Máquinas e aparelhos

Máquinas que aprendem o tempo todo

Viv, desenvolvida pelos mesmos criadores da Siri (foto), promete uma capacidade ainda maior de entendimento. FOTO: Reprodução

Por Camilo Rocha
Atualização:

"Desculpe, Dave, não posso fazer isto." A frase é de 2001: Uma Odisseia No Espaço e faz parte da cena em que um astronauta fica sabendo que o computador HAL-9000 descobriu o plano dos tripulantes de desconectá-lo. HAL-9000 havia lido os lábios dos astronautas, que acreditavam conversar em segredo. É observando seus criadores humanos que HAL-9000 aprende.

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A vida real está longe de ter máquinas com pensamentos autônomos e originais, como as existentes na ficção. Como nos filmes, porém, nossas máquinas estão ficando CDFs em aprender conosco.

O campo mais animado da inteligência artificial hoje se chama "machine learning" (aprendizado de máquina, em português), onde estruturas baseadas nas redes neurais dos animais registram e reconhecem padrões preestabelecidos. Com isso, os programas têm aprendido coisas úteis como identificar que um e-mail é spam.

A vanguarda do aprendizado de máquina é uma área chamada "deep learning" (aprendizado profundo), onde máquinas aprendem com bem menos "dicas", extraindo suas "conclusões" de dados desorganizados. Também conseguem interpretar diferentes camadas de representação. Por exemplo, um sistema pode reconhecer uma imagem como sendo de um cachorro através de componentes visuais, sem precisar de tags ou informações escritas.

Gradativamente, vamos sendo envolvidos pela esperteza artificial. "Machine learning" está na lista de compras de todo mundo: entre contratações de profissionais e aquisições de empresas do ramo, Google, Twitter, Pinterest, Facebook, Yahoo e Dropbox fizeram investidas nesse campo nos últimos dois anos. Cada post enviado, foto compartilhada ou frase proferida nossa alimenta os sistemas com mais sabedoria.

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A assistente pessoal do iPhone, Siri, marcou uma fronteira importante. Ao contrário dos sistemas de reconhecimento de voz mais antigos, por exemplo, que só conseguiam responder a um número limitado de comandos bem definidos, o software do iPhone aprende com seu "dono".Quanto mais a pessoa conversa com a Siri, mais o programa entende as particularidades de sua fala.

A empresa que criou a tecnologia, também chamada Siri, foi comprada pela Apple em 2010. Seus fundadores chegaram a trabalhar na empresa de Cupertino, mas já estão de volta à vida de startup. Anunciaram na semana passada o Viv, um assistente inteligente que promete uma capacidade muito maior de entendimento, evoluindo de frases simples e diretas para formulações mais longas e com mais informações.

Em vez de "quero um restaurante chinês na área", pode-se aumentar a complexidade do pedido para "um restaurante chinês barato que fique no caminho para a casa da minha mãe".

A visão dos criadores de Viv é que essa assistência virtual seja onipresente, ou seja, esteja presente em vários aparelhos para os quais possamos recorrer sempre que necessário, como quando acendemos um interruptor de luz ou abrimos uma torneira para conseguir água.

A concorrência também se mexe. Recentemente, foram divulgados avanços do Google Now (que funcionará em relógios com Android Wear) e da Cortana (a assistente da Microsoft, que deve vir para PCs e laptops, com o Windows 9).

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