Foto do(a) blog

Máquinas e aparelhos

Uma nova maneira de medir audiência de TV

PUBLICIDADE

Por Camilo Rocha
Atualização:

O que é ver televisão hoje em dia? Certamente não se resume mais a sentar na frente de uma tela fixa na sala. Podemos assistir a um canal do YouTube no celular. Ou acompanhar uma série no tablet ou no laptop.

PUBLICIDADE

Em países como os Estados Unidos, um site como o Netflix é tão popular que responde por um terço do tráfego de internet. Recentemente, a pesquisa Social TV, do Ibope revelou que 43% dos jovens brasileiros consideram a internet sua principal fonte de entretenimento. Quem ousaria duvidar que este entretenimento inclui muito conteúdo televisivo?

"As pessoas não pensam mais em televisão como o aparelho, e sim como o conteúdo", diz Jeremy Helfand, vice-presidente da Adobe Primetime, divisão de TV digital da Adobe (a mesma responsável pelo Photoshop e muitos outros softwares conhecidos).

A Adobe anunciou na terça-feira, 21, uma parceria com a Nielsen (o Ibope americano) para a criação de um sistema de medição de audiência televisiva em várias plataformas digitais. As empresas prometem estatísticas mais detalhadas dos hábitos de telespectadores online, que ajudarão a compor um quadro mais completo para produtores de conteúdo e anunciantes. O conteúdo a ser medido pode incluir televisão, vídeos, jogos, áudio e texto, para web ou em aplicativos.

A ideia é unir a tecnologia da Adobe Analytics, que usa cookies digitais e os chamados Ad-Ids (códigos de identificação usados para monitorar hábitos de navegação de pessoas e personalizar anúncios), com as ferramentas online da Nielsen, que medem dados demográficos, conversas no Twitter e interações com conteúdo. As empresas sublinham que os dados são "anônimos", ou seja, referentes a comportamentos e não a indivíduos.

Publicidade

O novo produto, chamado Nielsen Digital Content Ratings, estará disponível no começo do ano que vem. A Adobe informa que os primeiros clientes incluem ESPN, Sony, Turner e Viacom.

Quando a indústria musical começou a incluir visualizações no YouTube em suas paradas de sucesso, como por exemplo a conceituada lista da revista Billboard, novos artistas ganharam repercussão. Um dos primeiros nomes a se beneficiar da nova métrica nos Estados Unidos foi o produtor Baauer, autor de "Harlem Shake", hit "social" que não tinha nenhuma presença em rádio, TV ou listas de downloads. Foi assim que "Harlem Shake" chegou ao primeiro lugar da parada norte-americana.

A nova medição da Adobe/Nielsen pode fazer o mesmo pela televisão? Será interessante.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.