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Um olhar sobre o universo Apple

E a Apple lança novos iPods... e quem se importa?

Novos iPods chegam com processador mais rápido, câmera melhor e novas cores. Mas tudo isso não parece evitar que o tocador de mídia digital esteja com seus dias contados

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Por Sérgio Miranda
Atualização:
 Foto: Estadão

Há anos que não se ouvia falar de atualizações na linha iPod da Apple. O produto que revolucionou o jeito como escutamos música estava esquecido pelos usuários e também pela empresa. E não é que o tocador de mídia digital mais famoso do mundo está de volta? Sim, o iPod touch, o iPod nano e iPod shuffle foram atualizados. O modelo touch ganhou com um processador A8 (o mesmo do iPhone 6), câmera de 8 megapixels e novas cores (essa modificação vale para todos os modelos. No Brasil, porém, os produtos também receberam um aumento de preço bastante substancial, deixando os fãs furiosos com a situação. E foi praticamente só isso.

Mas no fundo, quem ainda se importa com o iPod?

 Foto: Estadão

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Quando foi lançado em 2001, o iPod era apenas um tocador de MP3 exclusivo para quem usava Macs. Parecia inofensivo ao chegar, já que já existiam outros aparelhos similares que possuíam um disco rígido de alta capacidade (na época) de 5 GB. Do tamanho de um maço de cigarro (uma comparação politicamente incorreta nos dias de hoje), ele parecia inofensivo para os concorrentes, assim como outro produto da Apple alguns anos depois.

Ledo engano.

Dois anos de maturação foram necessários para que a Apple se sentisse segura para um passo muito grande: liberar o iPod para os usuários de Windows. E foi o que aconteceu em 2003, com a terceira geração do tocador e a inauguração da iTunes Store, uma loja de música que depois se transformou no maior repositório de conteúdo digital do planeta. A partir desse ponto, a batalha dos tocadores de MP3 chegava ao seu final, já que o iPod acabou se tornando o sinônimo desse tipo de aparelho no mundo todo, estrangulando a concorrência (quem nunca ouviu alguém falar do "iPod da Sony" e suas variantes?). Até 2012, mais de 350 milhões desses pequenos notáveis já tinham sido vendidos no mundo inteiro, segundo o site About.Com. Podemos imaginar que mais de três anos depois, o número esteja um pouco mais perto do meio bilhão de unidades comercializadas.

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 Foto: Estadão

Nos últimos anos, as vendas do iPod caíram. Muito. A empresa não tem mais lucro com o produto. Por muitas vezes, a mídia especializada já determinou o fim de todos os modelos da linha (o único que foi descontinuado foi o iPod classic, que era o único a usar um disco tradicional em vez do SSD). Na divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre fiscal de 2015, o iPod nem mesmo aparece no gráfico de lucros da empresa.

A falta de atualizações não é o único motivo para o desinteresse geral dos fãs pelo iPod. A verdade, na minha opinião, é que ele perdeu a relevância em um mundo dominado pelos smartphones, que vão muito além de apenas reproduzir conteúdo digital e instalar aplicativos. O iPhone, de uma certa maneira, ajudou a matar o iPod. Por que gastar dinheiro em um iPhone que não faz ligações e não tem tecnologia 4G/3G para conexão à internet? Não faz mesmo sentido.

Por quanto tempo mais o iPod resistirá e continuará nas lojas é um mistério. Talvez quando o número místico de 500 milhões for atingindo ele seja aposentado em definitivo.

 

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