Foto do(a) blog

Inovação e Tecnologia

Avatares digitais ganham espaço como influencers no Instagram

PUBLICIDADE

Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

Miquela Sousa, conhecida no Instragram como Lil Miquela, é uma modelo e influenciadora digital brasileira-espanhola com mais de 1 milhão de seguidores. Ela faz propaganda de produtos de beleza, já fez parceria com marcas como Prada e Diesel e tem um single que viralizou no Spotify.

PUBLICIDADE

Lil Miquela poderia ser apenas mais uma influenciadora digital como as outras, não fosse um pequeno grande detalhe -- ela é um avatar virtual e não uma pessoa de verdade.

Há poucas semanas, o hackeamento da página de Lil Miquela causou furor pelos EUA. Repentinamente, as fotos da página da influencer sumiram do Instagram. Dias depois, uma foto de Lil Miquela ao lado de uma outra influenciadora chamada Bermuda, conhecida por ser uma apoiadora do presidente Donald Trump, surgiu na rede social.

::Siga-me no Twitter::::Curta a página do blog no Facebook:: 

Bermuda também é um avatar virtual e há tempos provocava Lil Miquela na rede (elas têm visões políticas bastante distintas). A união das duas causou estranheza.

Publicidade

Embora Lil Miquela tenha tratado o assunto como uma invasão da sua página -- ela depois recuperou o controle do seu Instagram e restaurou suas fotos originais -- no mundo real os boatos indicavam que se tratava de um hoax. Tudo seria um golpe de marketing para atrair atenção para a página das influenciadoras. Se foi essa a estratégia, deu certo. O suposto hackeamento foi tema da grande mídia nos EUA.

Se antes era só fake news que nos preocupava pela web, agora há um novo fenômeno: os influencers de mentira. Ao contrário das fake news, porém, a intenção desses avatares não é necessariamente de enganar.

O problema é que como esses influencers são uma invenção, a mensagem deles pode mudar radicalmente da noite para o dia. Uma influencer que vende um estilo de vida focado em moda e beleza, como é o caso de Lil Miquela, pode aparecer, repentinamente, propagando uma mensagem política.

:::LEIA TAMBÉM: O fim do otimismo com as gigantes de tecnologia:::

Em um mundo onde esse tipo de influencer se torne comum, as chances de confusão e de uso indevido desses avatares para manipular a opinião pública são grandes.

Publicidade

É fácil para marcas, políticos e afins se esconderem por trás de um avatar virtual sem que seja possível saber quem realmente é responsável pelo perfil. Lil Miquela, por exemplo, foi criada por uma startup chamada Brud, focada em soluções para problemas em robótica e inteligência artificial. Mas além disso, não há muito mais informações sobre a proposta da influencer.

A realidade virtual e inteligência artificial vão gerar a oportunidade desses influencers serem ainda mais sofisticados. Apertem os cintos: distinguir realidade de ficção vai se tornar cada vez mais difícil.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.