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Inovação e Tecnologia

Como saber se uma tendência tecnológica é verdadeira?

Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

Quando comecei a trabalhar como repórter no Link, em 2013, uma das maiores inovações tecnológicas da época era o Google Glass. Muito se falou na época sobre os óculos do Google, a tendência da tecnologia vestível e como o Google Glass mudaria as nossas vidas. Mas não foi isso o que aconteceu. Três anos depois, o que mudou é que o Google Glass é considerado por muitos um fracasso. O Google retirou a versão beta do produto do mercado para repensar sua estratégia e ninguém mais considera que o produto terá relevância para o consumidor final.

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Foi por isso que o Snapchat pegou o mercado de surpresa na semana passada, quando lançou nos EUA o Spectacles, um par de óculos equipado com câmera que permite tirar fotografias e gravar pequenos vídeos do cotidiano para serem postados no Snapchat. O produto é bem diferente do Google Glass, tanto no design quanto na proposta. Mas uma certa comparação é inevitável. Se o Google Glass foi um fracasso comercial, por que o Spectacles do Snapchat é considerado promissor? Afinal, o que diferencia uma tendência tecnológica real da especulação?

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Há duas semanas, estive em Denver, no Colorado (EUA) para um evento de jornalismo digital. Lá conheci Amy Webb, uma professora do MBA da Universidade de Nova York que se autointitula futurista. Ela fundou o Future Today Institute, que realiza estudos para informar empresas, universidades e governos quais são as tecnologias que realmente vão mudar o mundo.

Amy lançou um relatório bem interessante sobre tendências para os próximos anos e explicou que existe uma metodologia para separar especulação de verdadeiras tendências.

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São 4 passos:

1 - Toda tendência é impulsionada por necessidades humanas básicas que podem ser catalisadas pela tecnologia. 2 - Tendências são oportunas. Elas surgem de uma necessidade atual, mas persistem ao longo do tempo. 3 - Tendências evoluem à medida que se desenvolvem. 4 - Uma tendência pode materializar uma série de pontos desconexos que começam a ganhar força em nichos, nas periferias. Com o tempo, a tendência ganha força suficiente para tornar-se mainstream.

O fracasso do Google Glass, por exemplo, foi o fracasso de um produto, mas a tendência da tecnologia vestível é real e tem se transformado ao longo dos últimos anos.

:::LEIA TAMBÉM: O que muda na sua vida quando você aprende a programar:::

Para identificar uma tendência verdadeira, diz Amy, é preciso ver além do óbvio. Entender que uma pequena mudança em um mercado pode resultar em um cataclisma em outro.

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Entre as previsões dela, por exemplo, está a afirmação de que o Uber irá matar o rádio.

Reprodução

 

O motivo? O Uber pretende oferecer em um futuro próximo um serviço de transporte que utiliza carros sem motorista. O baixo custo de se locomover para qualquer lugar com um Uber e a liberdade de não precisar dirigir vai fazer com que as pessoas deixem de comprar um carro para utilizar o Uber.

A princial audiência dos programas de rádio é formada por motoristas, já que ao dirigir não podemos manipular um jornal com as mãos ou prestar atenção em um filme, por exemplo. Mas se começarmos a usar carros sem motoristas, logo estaremos livres para consumir outros tipos de mídia e o rádio deixará de ter seu lugar privilegiado como principal companheiro dos motoristas, prevê a futurista.

Quer conhecer outras previsões bombásticas da Amy? Confira o estudo completo divulgado por ela (em inglês).

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