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Inovação e Tecnologia

Realidade virtual para a terceira idade

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Por Ligia Aguilhar
Atualização:
 

A discussão sobre a Reforma da Previdência nesta semana me fez refletir bastante sobre o envelhecimento da população em vários países do mundo e como não estamos nos preparando para lidar com essa mudança.

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Segundo o IBGE, a população idosa vai triplicar nas próximas décadas e passará de 19,6 milhões (10% da população brasileira), em 2010, para 66,5 milhões de pessoas, em 2050 (29,3%).

Junto com o envelhecimento da população, estima-se que o número de pacientes que sofrem em todo o mundo com doenças como Alzheimer e Demência vá dobrar dos atuais 35,5 milhões para 65,7 milhões em 2030, segundo o Relatório de 2012 da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Meu pai é um dos idosos brasileiros que sofre com demência e a dificuldade para encontrar profissionais e instituições preparadas para tratar desse problema (além do alto custo envolvido em qualquer tratamento) foi um dos choques de realidade que eu tive desde que minha família recebeu o triste diagnóstico da doença há 4 anos.

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Por causa dele, comecei a conviver com outros idosos que enfrentam situações semelhantes e a perceber que além da questão da saúde em si, esse idosos enfrentam outros desafios como falta de acesso à entretenimento, falta de acesso à atividades que estimulem o cérebro e a solidão.

Foi por isso que me chamou a atenção quando descobri, recentemente, que entre diversas pesquisas sendo realizadas na área de saúde, uma tecnologia inesperada tem emergido como potencial ferramenta para ajudar idosos a navegar os desafios da terceira idade. Trata-se da realidade virtual.

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Como a realidade virtual pode ajudar idosos

Aqui nos EUA, há diversos pesquisadores e empresas criando soluções para idosos usando realidade virtual.

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Uma delas é a startup Rendever, criada por dois estudantes do MIT. A empresa quer ajudar idosos com limitações financeiras e de locomoção a viajar pelo mundo durante a terceira idade por meio da realidade virtual.

A startup defende que, além dos benefícios sociais, a ferramenta ajuda estimular a função cerebral e promove um sentimento de realização nos usuários.

Veja o vídeo (em inglês) de como a tecnologia funciona. Não tem como não se derreter.

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A empreendedora Sonya Kim também está investindo em realidade virtual para idosos. Sua empresa, criadora de uma solução chamada Aloha VR, desenvolve filmes que misturam belas paisagens, música e textos para transportar pacientes idosos para outra realidade, ao menos por alguns minutos.

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O objetivo é ajudar os usuários a relaxarem, estimular o cérebro e oferecer uma alternativa para as diversas horas em frente a TV. "(A realidade virtual) permite que eles esqueçam dores crônicas, ansiedade e o fato de que eles estão sozinhos", disse Sonya em uma entrevista à NPR.

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Já o instituto britânico Alzheimer's Research UK está tentando aumentar o entendimento sobre o que é viver com Alzheimer. O instituto lançou A Walk Through Dementia, um aplicativo gratuito para smartphones com o sistema Android que usa a realidade virtual para mostrar como é viver com a doença.

Os usuários do aplicativo podem usar o óculos de realidade virtual Google Cardboard para sentir na pele as limitações de pacientes com Alzheimer em situações cotidianas, como fazer compras no supermercado, caminhar pelas ruas ou lidar com perda de memória e alucinações.

A experiência pode ser assustadora nos tempos atuais. Testei o aplicativo e lembrei que meu pai foi diagnosticado com demência (o Alzheimer é um dos tipos de demência) aos 62 anos de idade. A aposentadoria dele, desde então, é uma fonte importante de renda para ajudar com os custos do tratamento.

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Pelas novas regras propostas pelo governo eu conseguiria, com sorte, me aposentar com valor integral aos 68 anos de idade. Foi um daqueles momentos em que realidade atual é tão assustadora que deu vontade de fugir para a realidade virtual.

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