E o software livre?

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Por Redação
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Apesar da longa lista de eventos relacionados a software livre disponível no site da Campus Party, além da presença de alguns ativistas do Partido Pirata, há os campuseiros que garantem que o apoio do evento à inclusão digital e aos softwares não proprietário está aquem do esperado. É disso que reclamavam Armindo Coelho, de 58 anos, e Eric Mazoni, de 27, ambos envolvidos em projetos de inclusão digital para comunidades carentes.

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"Neste ano, os patrocinadores que trabalham com inclusão digital não estão presentes. Muitos grupos grandes de apoiadores do software livre não puderam vir em 2010", diz Coelho. Para ele, o software livre tem que ser cultura de política pública. "E o evento ainda está dando pouco foco na inclusão. O Batismo Digital [sala com computadores e monitores para iniciar os excluídos digitais no conceito de sociedade em rede] por exemplo, esse ano, é uma salinha escondida", argumenta. Ele lamenta que a #CPartyBR esteja "elitizada". "É um evento burguês. O pessoal senta aí com seus Macbooks..."

Ele e Mazoni acreditam que a inclusão digital é a chave para muitos problemas sociais e responde, inclusive, a discussões polêmicas sobre mídia na web e o fim do jornalismo impresso. "A evolução da comunicação só vai se dar com a inclusão digital", diz. "O fim da mídia impressa depende da popularização das ferramentas livres, que estão excluídas."

Os militantes da inclusão digital da Campus Party avisaram que pretendem se manifestar amanhã, durante o evento, pela falta de apoio este ano. E atribui a culpa disso à Microsoft, que esse ano é uma das patrocinadoras do evento. "Eles são os reis do software proprietário, deve ser por isso que perdemos espaço", diz Mazoni. Teoria da conspiração?

A assessoria de imprensa da Campus Party foi contatada, mas não respondeu até a publicação deste post.

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