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Videogames de A(tari) a Z(elda)

A E3 tem a mesma relevância que tinha há dez anos?

Por João Coscelli
Atualização:

Em artigo publicado nesta sexta-feira no Gamespot, Brendan Sinclair, um dos editores do site, questiona a relevância da E3 na indústria dos videogames. Ele argumenta que a feira, que chega à 18ª edição neste ano, já não tem a mesma influência que tinha há uma década e que, por isso, grandes produtoras, como Blizzard, Rockstar e Valve, optaram por ficar de fora. Ele escreve:

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"A maior diferença entre a E3 2002 e a E3 2012 para esses desenvolvedores é que eles são empresas maiores e têm cacife para fazer seus lançamentos por si próprios. Eles não precisam do espetáculo da E3 para anunciar jogos como se fossem grande coisa. Não precisam se degladiar por atenção durante a feira quando podem escolher qualquer outra semana do ano e falar com a indústria inteira."

"A E3 ajudou a indústria a chegar neste ponto. Ajudou as companhias a se estabelecer e a atrair a atenção aos jogos que mereceram esse poder. O fato de que eles nã precisam mais da feira é um sinal de que a exposição não é tão importante para a indústria quanto constumava ser, mas também mostra que a convenção atingiu seu objetivo."

De fato, o mercado, a indústria, o público e, consequentemente, os próprios videogames, mudaram muito nos últimos dez anos. Cresceram, se desenvolveram, se tranformaram. Logo, as produtoras ganham mais autonomia, tornam-se independentes e passam a trabalhar com maior propriedade. É assim com os games, é assim em qualquer outro ramo.

Mas a E3 ainda é o centro das atenções. Junho é sempre o mês mais esperado, e não é por causa das festas juninas. Mesmo com Tokyo Game Show, Game Developers Conference (GDC) e várias outras feiras, a Eletronic Entertainment Expo é a mais cobiçada, a mais aguardada. Enfim, é o jubileu dos videogames (só que anual).

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As empresas citadas por Sinclair são gigantes e se gozam dessa condição, devem à E3. Talvez o reduzido número de novidades sobre consoles tire um pouco do brilho da feira deste ano, mas não podemos julgar a relevância do evento por causa da ausência de algumas grandes produtoras. Eletronic Arts, Capcom, Ubisoft, SquareEnix, Activision e as 'Big Three' - Sony, Microsoft e Nintendo - apostam todas as suas fichas na E3, o que mostra a dimensão do encontro de Los Angeles.

Não é apenas uma questão de usar a feira para apresentar novidades. Lançamentos podem ser feitos, sim, a qualquer época do ano. Mas há toda uma atmosfera em torno do evento, que se construiu justamente nesses quase 20 anos em que ocorre. A expectativa que toma conta da indústria e da imprensa especializada quando junho começa a se aproximar não é vista com nenhuma outra convenção. Como os fãs de uma banda aguardam seu show, como os torcedores esperam pela final do campeonato, os jogadores anseiam pela E3.

Sinclair termina seu artigo afirmando que a E3 precisa se reinventar para justificar sua existência no futuro. Não é uma questão de justificativa, mas de abrangência - e nisso, concordamos. Há pouco espaço para a vertente de jogos mobile, que têm atraído cada vez mais jogadores e representam um público emergente, uma nova oportunidade. Se a feira conseguir englobar também esse ramo e colocar toda a indústria em um só evento, será um grande feito. Mais que justificar, vai provar porque balança tanto jogadores e produtores há duas décadas.

**A E3 começa nesta segunda-feira, 4 de junho. Veja no Link dessa data uma análise sobre as novidades mais aguardadas da feira**

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