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Como Star Wars Battlefront resgata a diversão multiplayer

Por João Coscelli
Atualização:

De uns anos para cá, jogar títulos de tiro no modo multiplayer significava apanhar - muito - durante a primeira dezena de horas de jogo até desbloquear alguns equipamentos e vantagens que pudesses deixar as coisas mais equilibradas. E, pelo menos para mim, é só aí que a diversão começava, ainda que outros jogadores com nível muito superior ao meu ainda dominassem as partidas sem dó. Já há algum tempo não invisto o tempo necessário para chegar ao nível máximo, como fazia anteriormente. Essa é a principal razão que me fez praticamente abandonar o multiplayer de jogos de tiro.

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Até que chegou Star Wars Battlefront, o jogo que me fez ter vontade novamente de passar horas e horas em frente à TV conectado à internet jogando junto de quase 40 pessoas, quase sem piscar ou respirar tamanha a tensão de cada partida. Battlefront reacendeu aquela vontade de jogar um multiplayer de tiro.

Eu nem gosto tanto de Star Wars assim. Assisti a todos os filmes da série, joguei alguns games aclamados (Rogue Squadron, para Nintendo 64, Jedi Power Battles, beat'em up de PlayStation e clássicos da era 16 bits) e, confesso, quero muito assistir O Despertar da Força. Mas Battlefront é uma experiência multiplayer fantástica mesmo para quem não é fã da série - pessoas que incrivelmente não sabiam quem era Darth Vader se divertiram muito com o jogo.

A base de Battlefront é o padrão vigente dos first person shooters dos últimos anos. O jogador ganha pontos de experiência, tem saúde regenerável, tem a possibilidade de personalizar aparência e equipamento, e por aí vai. Mas toda aquela complexidade de Call of Duty e Battlefield não aparecem no título da DICE. Battlefront não será um jogo competitivo como os citados anteriormente, justamente porque nem oferece condições para isso. Tudo é bastante variado, fluído, mas com uma proposta extremamente simplificada que faz com que todo mundo consiga jogar, se divertir e vencer com um mínimo de habilidade. Você não vai precisar acumular 80 horas de jogo para ser alguém. Na verdade, pouco vai se importar com isso.

Por um lado, o trabalho tático e planejado tem pouco espaço. Por outro, é difícil se entendiar com tanta coisa diferente acontecendo ao mesmo tempo sem ter que se preocupar com o que o seu rebelde ou soldado do Império está levando para os desertos de Tatooine.

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Quer um exemplo prático? Depois de jogar algumas missões solo, para pegar o jeito da coisa, me aventurei nos modos multiplayer. Duas partidas em variações do mata-mata me deram experiência o bastante para equipar meu personagem decentemente, com dois power-ups e um blaster mais forte. Então parti para o Walker Assault, o filé mignon do jogo. Nos 20 minutos da partida, controlei um AT-AT, joguei como Boba Fett, destruí um X-Wing com meu Tie Fighter antes de cometer suicídio atrapalhado pelos controles não invertidos durante o voo, fui morto três vezes consecutivas por Luke Skywalker e queimei a mão muitas vezes até perceber como os blasters funcionavam. Não vi o tempo passar. E mesmo com a derrota - os rebeldes destruíram nossos AT-ATs no último instante -, minha reação era "uau". Matei, morri, usei tudo ao meu favor e os adversários fizeram o mesmo. E a batalha foi insana, assim como nas subsequentes, quando já estava melhor habituado a controles e habilidades de cada herói, veículo, power up.

Crédito na mão, deixei o lobby para personalizar o personagem. Simples e intuitivamente, dava para escolher alguns equipamentos para levar para a batalha sem ter que fazer contas. Era só escolher o que estava disponível, verificar se atendia às expectativas e pronto. O mesmo se aplicava às armas - todas blasters que fazem aquele característico barulhinho laser da série. Em pouco tempo, lá estava eu novamente em uma guerra massiva entre 40 jogadores, numa verdadeira cena do universo criado por George Lucas.

Disso, aliás, não há o que falar. O prato é cheio para quem é fã de Star Wars. Pode jogar como Darth Vader, derrubar uma máquina de guerra com cabos e derrubar Stormtroopers com lasers é uma satisfação incrível até para quem conhece apenas o básico desse universo.

Há ainda mais oito modos de jogo, cada qual com sua peculiaridade. Um coloca os jogadores a bordo de X-Wings, Tie Fighters, da Millenium Falcon e de outros veículos icônicos. Outro coloca Darth Vader, Darth Sidious e Boba Fett em guerra contra Leia Organa, Luke Skywalker e Han Solo. Também tem os mais simples e comuns, no estilo "Capture a Bandeira" ou de dominação de certas áreas. Variedade e simplicidade fazem a combinação perfeita aqui.

O modo para um jogador é só uma introdução ao que o vasto multiplayer oferece, e talvez isso limite um pouco a experiência de quem prefira campanhas. Battlefront, porém, merece e muito o título de melhor jogo multiplayer do ano. Algumas adições futuras, que certamente virão como DLCs, vão tornar o jogo ainda melhor para quem joga online. Definitivamente o melhor jogo de tiro para jogar online nos últimos anos.

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