PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Videogames de A(tari) a Z(elda)

Nova York contra o crime (nas salas online)

No final da longínqua década de 90, as autoridades de diversos países começaram a voltar suas atenções para um novo perfil de criminoso - um usuário das salas de bate-papo online que atraía sua vítimas ao pedir seus dados pessoais e ao marcar encontros fora do mundo virtual. Bem, mais de dez anos depois, ainda existe quem recorra à internet para caçar vítimas, e como alguns jogos oferecem recursos de chat em suas partidas online, os criminosos ganharam mais um campo de atuação.

Por João Coscelli
Atualização:

Mas uma decisão tomada pela promotoria de Nova York na quinta-feira passada (5) deu o pontapé inicial para acabar com ação dos "predadores sexuais" nos jogos online. Foi anunciado um acordo da Justiça com várias companhias - entre elas a Microsoft e a Sony, mantenedoras das redes Live (Xbox 360) e PSN (Playstation3) - para fechar as contas de mais de 3,5 mil criminosos fichados pelas autoridades.

PUBLICIDADE

Em Nova York, os suspeitos fichados são obrigados a fornecer seus emails e nomes de usuários às autoridades. Com a lista em mãos, o promotor-geral, Eric T. Schneiderman fechou o acordo com as companhias - que também incluem Electronic Arts (EA), Warner Brothers, Disney Interactive Media Group, Blizzard Entertainment e Apple - para bani-los de suas redes.

Segundo Schneiderman, os canais de comunicação dentro do jogos poderiam permitir que "esses predadores estabelecessem contatos com crianças que nunca conseguiriam conhecer" fora da rede. "Precisamos ter a certeza de que os jogos online não se tornem um parque digital para esses predadores', disse o promotor, acrescentando que os criminosos tem procurado esse canal para buscar novas vítimas devido à sua concentração de usuários menores de idade.

Parece uma decisão óbvia, mas Nova York é o primeiro Estado americano - e os Estados Unidos são o maior mercado consumidor de games do mundo - a banir usuários de redes de videogames por ameaça sexual. Enquanto pessoas com esse perfil já haviam sido proibidas de acessar fóruns e salas de bate-papo na internet, o acesso às salas online de jogos era livre, o que reflete o descuido das autoridades quando não consideram os videogames como meio de interação social. Felizmente a decisão da Justiça nova-iorquina passou por cima deste tabu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.