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Videogames de A(tari) a Z(elda)

Três décadas de bloquinhos caindo

A primeira versão, criada na Moscou de 1984, durante a Guerra Fria

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Por João Coscelli
Atualização:

Criar ordem a partir do caos. Parece uma assertiva filosófica, mas é algo que estamos fazendo há exatas três décadas ao apertar botões e enfileirar tijolinhos. Sim, já são 30 anos empilhando os bloquinhos de Tetris.

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O jogo foi criado por Alexey Pajitnov em 1984 na Academia de Ciências Soviética, um centro de pesquisa mantido pelo então decadente governo comunista. Hoje, paradoxalmente, é provavelmente o game mais conhecido, mais adaptado e mais jogado da história e, sem sombra de dúvida, um dos maiores ícones da cultura pop dos videogames.

Leia também:Cinco versões bizarras de Tetris 

A primeira versão, a de 1984, foi desenvolvida em um Elektronika 60, computador de origem soviética. Hoje, praticamente qualquer dispositivo eletrônico de entretenimento, o que inclui iPods e até calculadoras e televisões, têm uma versão de Tetris. O nome, por sua vez, vem da junção das palavras "tetraminós", formas geométricas formadas por quatro quadrados, e "tênis", o esporte favorito do engenheiro soviético.

Mas um dos mais intrigantes pontos dessa história ronda os direitos autorais do jogo, que só passaram a ser pagos a Pajitnov em 1996, quando ele fundou a The Tetris Company. Todo esse embróglio foi minuciosamente investigado pela BBC e é contado em "From Russia, With Love", documentário que conta com depoimentos dos criadores do jogo e de outras personalidades envolvidas nas batalhas judiciais.

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Não dá para deixar de destacar também o legado que o game constrói até hoje. Grande parte dos jogos que temos nos smartphones nos nossos bolsos têm em seu DNA um pouquinho de Tetris. Além disso, o game desconstrói a ideia de que um bom título precisa de uma narrativa cinematográfica para ser profundo e imersivo. Tetris mudou quase nada em seus 30 anos e permanece como o mais cativante jogo da história com sua proposta simples, sua dificuldade adaptativa e sua dinâmica virtualmente infinita.

Tetris é um jogo eletrônico por excelência. Dá ao jogador um problema a ser resolvido dentro de um conjunto de regras pré-estabelecido e, principalmente, uma motivação - impedir que os bloquinhos se empilhem até o topo da tela. Complete as linhas, ganhe pontos, continue jogando. Diversão pura e simples, sem perfumaria. Essencial.

Como dissemos, já são 30 anos de bloquinhos caindo. Mas o tempo não passou para eles. Não dá nem para dizer que envelheceram. Tetris é atemporal.

Tire cinco minutinhos do seu dia para jogar um pouquinho e apreciar esta obra-prima do entretenimento eletrônico. Pode ser no celular, no console ou aí o no seu computador, online mesmo. É uma homenagem justa a quem está há três décadas oferecendo da maneira mais simples possível aquilo que um jogo deve oferecer: diversão. Não nos responsbilizamos, porém, se esses cinco minutinhos se tornarem cinco horas ou outros 30 anos. E as chances de isso acontecer são muito maiores que as chances de aparecer aquela peça reta.

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A The Tetris Company está realizando uma série de ações e eventos comemorativos. A empresa está convocando os fãs do game a se juntarem em suas cidades para Meet Ups, e as que reunirem o maior número de pessoas vão ganhar prêmios.

No Facebook, Pajitnov e Henk Rogers, seu parceiro de licenciamento, responderão a perguntas na rede social.Fique ligado às homenagens desse 6 de junho na internet!

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