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Como a tecnologia está mudando a cultura

...O que poderia entrar em domínio público, mas não vai

A capa da Playboy com Marilyn Monroe, Peter Pan da Disney, Nove Histórias do J.D. Salinger e o Julio Cesar com Marlon Brando continuam protegidos por direitos autorais

Por Tatiana Mello Dias
Atualização:
 Foto: Estadão

Em 2010, a capa da primeira edição da Playboy, com Marilyn Monroe, entraria para domínio público. Ficariam livres, aliás, tudo o que foi produzido nos EUA em 1953.

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Ficariam se valessem as antigas leis de copyright dos EUA. Até 1978, as leis dos EUA determinavam um prazo máximo de 56 anos para o copyright. Ou seja: tudo o que foi produzido até 1953 já seria livre. Imagine só...

Até 1978, o a lei de direitos autorais nos EUA estabelecia o copyright por 28 anos, renováveis por mais 28. Ou seja: no máximo, 56 anos de proteção.

Mas as leis foram se endurecendo com o tempo. Em 1978, entrou em vigor o Copyright Act, lei que aumentou a proteção das obras: a partir de então, as obras cairiam em domínio público somente após 50 anos da morte do autor.

Em 1998, a lei aumentou o prazo para 70 anos da morte do autor. Mais: todas as obras produzidas entre 1950 e 1963 tiveram o prazo de copyright aumentado para 95 anos a partir da data de publicação. Essa regra vale para as obras cujos donos são corporações.

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(Vale um parênteses: essa lei de 1998 é conhecida como Sonny Bono Act, por causa de seu autor (ele mesmo, Sonny Bono, ex-marido da cantora Cher). Mas Lawrence Lessig, por exemplo, prefere chamá-la de Mickey Mouse Protection Act, porque a lei estendeu a proteção dos personagens de Walt Disney. Com essa lei, nada entrará em domínio público nos EUA até 2019).

Voltando às obras de 1953: o Centro de Estudos de Domínio Público da Universidade de Duke fez um compilado das obras que poderiam - mas não vão - ficar livres neste ano.

Nesse ano, além da capa da Playboy com Marilyn Monroe, cairiam em domínio público, por exemplo, o livro Nove histórias, de J. D. Salinger. Os filmes Peter Pan, da Disney, e Júlio César, com Marlon Brando (acima), também, assim como as músicas "Young at Heart", de Frank Sinatra, e "C'est Magnifique", de Cole Porter. E até o estudo sobre a descoberta do DNA, publicado na Nature em 1953.

Para todas essas obras entrarem em domínio público, será preciso não esperar pelo menos até 2049.

Quem ganha com isso?

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