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Como a tecnologia está mudando a cultura

Google Music, copyright e o futuro da música

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

O Google anunciou nesta semana durante o encontro de desenvolvedores I/O, em São Francisco, o esperado Google Music. A ferramenta permitirá aos usuários subirem suas músicas para a web, fazendo com que seja possível acessá-las de qualquer dispositivo -- celular, desktop, tablet, notebook -- com conexão à web.

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Para a Eletronic Frontier Foundation, o novo serviço levanta algumas questões sobre o futuro da indústria musical. E um das principais é: os serviços de armazenamento de músicas violam as atuais leis de direito autoral?

O Google Music e o Amazon Cloud Drive, na teoria, permitem que o usuário suba para a web os arquivos de música que lhe pertencem. Por isso, as duas empresas acreditam que não precisam de licenças específicas dos selos e gravadoras para executar o serviço de armazenamento. A EFF concorda com isso. "Essencialmente, tudo o que esses serviços fazem é permitir a você fazer o upload de uma música que já tem e acessá-la de diferentes browser e aparelhos, não muito diferente de transferir uma música que você comprou para seu iPod", diz a entidade.

(vale um parênteses: os serviços ainda não têm data para chegar por aqui. Mas, se quando vierem a Lei de Direitos Autorais continuar a mesma, eles podem teoricamente ter problemas. É que a atual lei brasileira não permite cópias nem para fins privados -- sim, transferir uma música de um CD para um iPod é proibido por aqui, pelo menos no papel).

Segundo a EFF, aparentemente para evitar problemas, tanto o Google quanto a Amazon não duplicam os arquivos dos usuários. Ao acessar as listas e músicas que estão armazenadas na rede, o usuário ouve exatamente o arquivo que fez upload. Por isso muitos arquivos iguais ficam hospedados na nuvem.

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Só que a EMI, por exemplo, entrou com um processo litigioso contra um serviço de armazenamento parecido, o MP3Tunes. Só que o MP3Tunes duplica os arquivos, e permite aos usuários buscarem as músicas na imensa base de arquivos. O processo ainda está em andamento.

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O Google e a Amazon ainda parecem seguros. Para a EFF, o modelo de armazenamento é sim promissor, mas ainda está longe de ser um modelo de negócios razoável, já que não oferece novas maneiras para consumo e descoberta da músicas. "Ao que parece, as gravadoras ainda estão bloqueando esforços para oferecer aos fãs de música acesso mais fácil a novos sons, tanto por licenças compulsórias ou maneiras não tradicionais de licenciamento", diz a organização. "Então, enquanto nós aplaudimos a tentativa do Google e da Amazon em oferecer uma melhor experiência de música a seus clientes, não há dúvidas de que seus serviços ainda estão aquém do que precisam e querem os fãs e os artistas".

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