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Como a tecnologia está mudando a cultura

Remixando Tom Zé. E si próprio

Lucas Santtana apresenta-se em São Paulo nesta quinta e fala sobre a cultura do remix

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:
 Foto: Estadão

Lucas Santtana, o @DIGINOIS, adora um remix. Seu último disco, Sem Nostalgia, é cheio de referências e citações de outros sons. E não é só isso. Além de fazer, ele mesmo disponibizou suas próprias músicas para que as pessoas recriem sobre elas. No site dele há uma coleção desses remixes.

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Agora ele remixará ninguém menos que Tom Zé. Santtana e sua banda, Seleção Natural, apresentarão amanhã no Sesc Pompéia o show "Remixando Tom Zé", repleto de clássicos reinventados.

O P2P conversou com ele:

De onde surgiu a ideia de fazer um remix das músicas do Tom Zé? Foi um convite do Sesc Pompéia. O nome do projeto "Remixando Tom Zé" dá uma idéia de remixes eletrônicos, mas na verdade são versões tocadas das músicas dele, trazendo-as para o nosso universo e intensificando o lado pop que existe em parte da obra de Tom Zé, apesar de todos só comentarem o lado experimental.

 Foto: Estadão

O que ele achou da ideia? Ele curte. Ano retrasado ele participou de um show em homenagem à Tropicália com a gente e foi ótimo. Conversamos recentemente sobre nossas diferenças musicais e também nossas confluências. Assim como eu, ele gosta de aventura.

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Como foi feito o remix? O Tom Zé também participou e deu sugestões? Não, nos reunimos eu e a seleção natural e fomos fazendo os arranjos juntos. Ele só verá no palco.

Seu disco tem várias colagens e citações. Como é que, para você funciona esse trabalho de remix? Escolhi as músicas que tinham esse aspecto mais pop, no som ou na letra, e que já gostava de cantar no banheiro. Mudamos o rítmo de algumas, os riffs de guitarra, linhas de baixo, sempre trazendo para nossa praia.

E sobre os remixes das suas músicas? Como surgiu a ideia de deixá-las disponíveis para as pessoas recriarem sobre elas? Surgiu com o dia a dia na internet. A rede tem esse código intríseco nela, do compartilhamento e das pessoas serem mais ativas. Acho que sou da primeira geração cuja infância já tinha videogame.

Já apareceu alguma coisa incrível, inesperada? Algumas. Pô! teve o remix do DJ Pantera, lá de Periperi, subúrbio de Salvador. Ele é dj de um baile funk que tem lá há mais de 15 anos. Nesse baile só toca funk instrumental, como se fosse um baile parado no tempo, como aqueles dos promórdios que rolavam no rio. Rola coreografia coletiva, que nem quadrilha de são joão, é demais.

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