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Quem joga, sabe

Gunpoint - espionagem, socos e janelas quebradas

Gunpoint trata-se de um jogo para reconectar coisas e socar pessoas. Pelo menos é assim que ele é descrito pelo seu criador, Tom Francis

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Por Murilo Roncolato
Atualização:
 

Gunpoint trata-se de um jogo para reconectar coisas e socar pessoas. Pelo menos é assim que ele é descrito pelo seu criador, Tom Francis. De certa maneira, é mais ou menos isso, mas há muito mais a ser dito.

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O game é um puzzle para PC (em breve, estará disponível também para Linux e Mac, segundo promessa que Francis fez no ano passado), isso significa que o jogador vai se deparar com um cenário que terá de solucionar uma série de pequenos problemas internamente ligados para avançar.

Em Gunpoint somos Richard Conway, um espião freelancer um tanto quanto descriterioso e que pode ser mau caráter, grosseiro, honesto ou um cretino de primeira categoria (muito disso depende dos tipos de resposta que o jogador escolhe dar aos indivíduos que contratam seus serviços) que deve hackear computadores, roubar itens e sumir de cena sem ser pego (leia-se morto) por seguranças, que podem ser fraquinhos e derrubáveis, fortões que não caem facilmente, ou uns caras vestidos como o MIB que até enxergam no escuro.

Com um enredo interessante (vale ler todos os diálogos para acompanhar o que está acontecendo, inclusive porque muitos são bem engraçados; mas os impacientes podem pular tudo e ir direto para a ação), Gunpoint é um jogo relativamente simples, sendo possível "zerá-lo" em cerca de uma hora, mas com desafios intrigantes e uma trilha que faz qualquer um se sentir um espião de verdade - além de ser sutilmente viciante.

Não é por ser "simples", que deve ser menosprezado. Pelo contrário. O jogo é tão bem feito que foi indicado no Bafta Awards para Melhor Jogo Britânico (GTA V levou) e Melhor Jogo Estreante (vencido por Gone Home).

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//www.youtube.com/embed/q9d5ht7mQUU

Os controles usados no PC são os tradicionais W,A,S,D para direção, Espaço para ação, botão esquerdo do mouse para pular (distâncias absurdas), o direito para atirar, e Alt para acionar o modo de visão que permite "religar" coisas. Esse último é o elemento mais legal da brincadeira toda.

Ligando elementos de mesma cor, é possível fazer com que um interruptor abra uma porta ou chame um elevador, ou então que um sensor de movimento desligue a luz de outro andar (ou até de outro prédio), ou acione uma tomada para dar um choque mortal em um segurança. As possibilidades são grandes e é essa flexibilidade que torna o game tão instigante.

 

Com o dinheiro que se vai ganhando a cada missão, o espião pode ir aumentando seu arsenal de equipamentos (ferramentas para religar cabos, para quebrar janelas ou cair de uma altura impossível sem fazer barulho ou se machucar, e ainda derrubar portas apenas com um chute) e habilidades (pular mais alto ou carregar o salto mais rapidamente).

O "salário" também varia, tudo depende da sua perfomance, a qual é avaliada pelo seu nível de violência, pelo número de seguranças que te viu, a quantidade de barulho que fez, o tempo que levou e o número de laptops que roubou.

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Tom Francis merece ainda um tapinha no ombro por pelo menos três recursos presentes em seu jogo: itens à venda podem ser "testados" antes de comprados; depois de comprados, os itens podem ser devolvidos, e o jogador tem o dinheiro todo de volta; e, por fim, há salvamento automático medido em segundos - pulou na hora errada? volte um segundo e ataque no momento certo.

O jogo poderia ser maior, com mais fases, mais itens, mais histórias. É um começo, mas com o pé direito. Você pode comprar Gunpoint pelo site oficial (por US$ 10) ou na página da Steam, em reais (R$ 17)

 
 
 
 

/Murilo Roncolato

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