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Quem joga, sabe

Super Smash Bros: mais um episódio viciante da saga

Mais de uma década depois, o game de luta mais carismático da Nintendo chega à sua quarta edição com o pé direito nos portáteis

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Nostalgia, ansiedade e expectativa foram palavras que vieram à mente minutos antes da meia-noite do dia 3 de outubro, quando Smash Bros 3DS foi oficialmente colocado à venda e disponibilizado para download. Quando as esferas coloridas finalmente começaram a cair (sinal de que comecei a baixar o jogo), eu só conseguia pensar nos dias da adolescência regados a salgadinhos e controles de Nintendo 64 lambuzados de gordura.Era a jogatina de Smash Bros 64 com os colegas.

 Foto: Estadão

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Mais de uma década depois, o game de luta mais carismático da Nintendo chega à sua quarta edição com o pé direito nos portáteis.  Se a versão demo do game, lançada uma semana antes (leia o review) , já causou boa impressão, a edição final a consolidou. Afinal, são poucos os jogos deste ano, especialmente nos portáteis, que tiveram um dos fatores mais importantes para um bom game destacados: o replay. Sabe aquela vontade de jogar de novo, de novo e de novo? Pois é.

E foi assim que começou a noite: experimentei batalhar com cada um dos personagens no modo Smash - tradicional modo em que o jogador escolhe o número de inimigos (até três) e o nível de dificuldade, no melhor "freestyle". A primeira impressão que tive foi a de diversidade nos movimentos dos personagens, característica comum de versões anteriores.Embora as sequências de golpes tenham sempre o mesmo padrão de botões (o que facilita o aprendizado), as consequências de cada um deles são únicas. Tive de morrer algumas vezes até dominar o uso de um Bowser que se lança no ar contra os inimigos.

Para quem nunca jogou, Smash Bros tem uma dinâmica bem diferente de outros jogosde luta. Ao invés de zerar a barra de vida do inimigo, o objetivo é lançá-lo para fora do cenário. Para facilitar o processo, quanto mais porrada eles tiverem tomado, mais "lançáveis" ficam. O número de dano do personagem é calculado em em porcentagem (quanto maior, mais fácil de derrubar o inimigo).Esta característica por si já traz uma sensação diferente de outros games.Nada mais prazeroso do que fazer o adversário sumir do mapa no ataque de um taco de baseball ou uma espadada de Link.

 Foto: Estadão

E não faltam recursos para intensificar os danos - além de cada personagem ter seus poderes individuais, o cenário está sempre repleto de obstáculos, além dos itens que literalmente "caem do céu" para ajudar (ou atrapalhar) os combatentes.Há objetos clássicos, como o Bob Omb de Mario (capaz de lançar qualquer alvo BEM longe)e o taco de baseball, mas também novidades como uma arma de vento (que joga o inimigo para fora do cenário) e uma espada que se "expande" . É possível até escolher, no menu de opções, quais item deverão aparecer.

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A lista de personagens jogáveis é enorme - outro fator que adiciona replay ao game. Nesta edição, foi possível perceber o esforço da Nintendo em colocar mais de um personagem de uma mesma série. Mario, por exemplo, dispõe do próprio encanador, de Luigi, Bowser, Peach, Rosalina e Wario (secreto). The Legend of Zelda entra em peso, com duas versões de Link (uma adulta e outra infantil), a própria princesa Zelda e um personagem "secreto" - o vilão Ganondorf.Os Pokémons também estão bem representados. Além das pokebolas que surgem no cenário e evocam diversos monstrinhos da série (ou monstrões como o gigante Arceus), estão disponíveis para jogar o rato elétrico Pikachu, Charizard, Greninja, Lucario e Jigglypuff (secreto).

 Foto: Estadão

Esta edição de Smash Bros ainda ganha pelo inusitado nos personagens - não houve quem não tivesse se surpreendido quando foi anunciada a presença do "Wii Fit Trainer" na lista de jogáveis - e não é que o tal homem/mulher sem rosto é realmente forte? Nunca antes na história desse game (e o ex-presidente Lula que me perdõe por roubar-lhe o chavão) foi possível destruir inimigos com o uso de bambolês. E tem mais: até o mr. Game & Watch fica disponível depois de ser liberado (e é muito forte!). No total, são 48 lutadores disponíveis, incluindo os secretos, que são liberados conforme o número de batalhas jogadas.

Surpreende ainda a grande quantidade de cenários jogáveis e interativos. Até mesmo aqueles joguinhos do Wario (Warioware), em que o jogador tinha cinco segundos para realizar alguma tarefa, viraram fase. Aliás, talvez este nem seja o mais esquisito: até o Pictochat (o chat do Nintendo DS)virou cenário. A estes, somaram-se um estádio pokemon, uma fase de Mario Bros com moedas coletáveis, entre outros.

Outra novidade é a "customização" do personagem, que pode adquirir novas habilidades e até cores diferentes.Ainda é possível criar seu próprio boneco, no estilo "mii", com um rosto desenhado e ataques personalizados.

 Foto: Estadão

Modos. O jogo disponibiliza um modo de aventura, assim como nos outros, em que há fases e um chefe final (Master Hand), mas este acaba não sendo o grande destaque. Há poucas fases, sem quase nenhuma novidade em relação às edições anteriores (espere pelas versão "giant" dos inimigos). A graça deste modo é enfrentar o boss, que no maior nível de dificuldade (9) está extremamente forte.E é neste modo que o jogador pode garantir a conquista de "moedas",que podem ser usadas para certos brindes no jogo.

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Há ainda o modo All-Star Mode, uma espécie de viagem no tempo com batalhas contra personagens que atravessaram ahistória dos videogames. Nada de espetacular, embora seja divertido relembrar que estes 48 lutadores marcaram fases diferentes da vida dos consoles.

Smash Run é inovador, mas não convence. A ideia é que o jogador passe por um cenário cheio de inimigos robôs, e ao matá-los, adquira pontos de habilidade. No final, a batalha clássica toma a tela, com a diferença de que o personagem estará "fortificado" com os bônus que obteve no cenário anterior.

O modo online não traz muitas novidades, mas é convincente e tem até um sistema de rankeamento dos melhores jogadores. Em alguns momentos há lags incômodos, que podem comprometer bastante a batalha - até porque um segundo neste jogo é o suficiente para ser eliminado da tela - mas no geral tudo funcionou como deveria.

Gráficos.Durante quase toda a jogatina, a impressão é a de que os personagens estão bem desenhados. O 3D, como em quase todos os jogos, passa quase despercebido e até recomendável jogar sem, já que a vista pode ficar cansada com tanta informação rápida passando pela tela. Uma das coisas que mais me incomodava antes do lançamento do jogo era o formato "contornado" de preto dos personagens, mas esta opção pode ser desativada no menu.

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O que já foi abordado por este blog logo na versão demo e agora reforço é o problema com a tela pequena. Em um 3DS XL, o jogo já se torna um pouco confuso quando quatro combatentes estão na tela. Em um 3DS convencional, então, a diversão se reduz consideravelmente. Como os cenários são "expansíveis", muitas vezes você enxergará não muito mais do que uma miniatura de seu herói.O "problema", no entanto, já era esperado, dada a forma como o jogo funciona. Basta se acostumar.

E valeu a pena? Mesmo que você nunca tenha experimentado um Smash Bros na vida, a oportunidade é essa. O jogo é perfeito para levar o portátil na mala e se divertir em viagens de ônibus e longas esperas em filas, mas também para ser jogado em casa. Nas duas primeiras semanas de teste, a vontade de ligar o 3DS nunca foi tão grande. Levei o pequeno portátil para todos os lugares que fui.Pela experiência de alguns colegas, notei que quem nuncao jogou tem alguma dificuldade para entender a mecânica. Mas basta algum treino para se arriscar no modo online e sentir aquele gostinho especial quando o Donkey Kong esmurrar o adversário e lançá-lo para outra galáxia.Smash Bros 3DS é talvez um dos melhores games de 3DS deste ano.Ou o melhor.

 por Luiz Fernando Toledo

 

 

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