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A ameaça da convergência

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Por Renato Cruz
Atualização:

O Observatório da Imprensa traz hoje (5/12) um artigo que tem como base minha tese de doutorado, defendida na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo semana passada. Ela se chama Fora da caixa: O processo de decisão sobre o sistema de TV digital no Brasil.

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A tese diz que a decisão sobre a TV digital no Brasil foi política. O governo escolheu o padrão japonês ISDB-T, o preferido dos radiodifusores, como base do sistema brasileiro. No embate da TV digital, o poder político das emissoras da televisão venceu o poder econômico das operadoras de telecomunicações.

O artigo alerta para alguns riscos da convergência:

"No embate entre teles e TVs, existem dois cenários extremos que seriam muito nocivos ao espectador e à liberdade de informação no país. Num deles, as operadoras de telecomunicações, com sua musculatura financeira, esmagariam os grupos nacionais de comunicação e passariam a controlar não somente a distribuição e a programação, mas também a produção, abrindo cada vez mais espaço para conteúdo importado. No outro cenário perigoso, as emissoras conseguiriam transferir seu controle da produção, programação e distribuição de conteúdo para as novas tecnologias, obrigando as empresas internacionais a pagarem pedágio a grupos nacionais para exibição de qualquer conteúdo, nacional ou importado. Mesmo sem o controle acionário das redes, os grupos locais poderiam, na prática, decidir que conteúdo seria distribuído pelas operadoras de telecomunicações. O resultado seria um reforço aos desequilíbrios e à concentração de mercado que existem hoje na TV aberta."

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