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A credibilidade da blogosfera

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Por Renato Cruz
Atualização:

 Foto: Estadão

Quando disse "o meio é a mensagem", o filósofo canadense Marshall McLuhan não estava somente criando uma frase de efeito. Ele mostrou que um meio de comunicação tem um impacto na vida das pessoas que independe da mensagem que ele carrega. A blogosfera, que surgiu há 10 anos, é um ótimo exemplo disso. Os blogs criaram a possibilidade de todos publicarem. Caíram as barreiras econômicas ou técnicas que existiam para que cada um se tornasse autor.

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O fato de todos se transformarem em um emissor em potencial é muito mais importante que qualquer coisa que qualquer blogueiro possa escrever. Assisti ontem (29/8) ao debate "Responsabilidade e Conteúdo Digital", promovido por este portal, que reuniu jornalistas, publicitários e blogueiros. Na minha opinião, o saldo de toda a polêmica criada pela campanha do jornal foi positivo, pois serviu para aproximar o estadao.com.br da blogosfera.

O filme "Bruno" (abaixo) mostra um macaco que recorta notícias da internet e cola em um blog. O leitor é um pós-graduando em economia. Para Edney Souza, do InterNey.net, a campanha ofende o blogueiro e o leitor: "Porque diz que o leitor não sabe diferenciar um blog feito por um macaco daquele feito por um ser humano." Eu não acredito que a intenção tenha sido ofender. No entanto, o próprio Edney, que também é leitor, se sentiu duplamente ofendido. E muitos se sentiram assim.

Durante o debate, deu para perceber que a mudança trazida pelos blogs no panorama das comunicações está sendo mais bem compreendida por tecnológos do que por comunicólogos, porque nós comunicólogos tendemos a ser conteudistas. E a grande revolução não está no que se escreve, mas no fato de tantas pessoas passarem a escrever.

Como eu acredito em McLuhan, também creio nas diferenças entre a nova mídia e a mídia tradicional. O Pedro Doria, colunista do Estadão, chamou a atenção para um fator importante para os blogueiros que querem se profissionalizar: a divisão entre Igreja e Estado, ou entre redação e publicidade. Os links patrocinados vendidos pelo Google e pelo Yahoo! respondem à parte do problema, mas não a todo. A busca da credibilidade passa por aí.

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O debate mostrou que essa discussão sobre interesses comerciais e opinião ainda não está madura na blogosfera que busca a profissionalização, e que existem coisas que podem ser aprendidas com a experiência da mídia tradicional. O Wall Street Journal, recém-comprado pela News Corp., que o diga.

Agora, há também muitas coisas que a mídia tradicional pode aprender com a blogosfera. Uma das principais é que, no papel, você informa o seu leitor. E ponto. Na internet, a notícia é somente o começo da conversa, que continua no espaço de comentários, nas listas de discussão, nos blogs e, por que não?, em encontros como o de ontem, promovido por este portal, ou os do fim de semana, durante o BlogCamp.

Publiquei também uma matéria sobre o debate.

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