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A ode ao digital do David Lynch

Por Renato Cruz
Atualização:

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O Luiz Zanin escreve no blog dele sobre Império dos Sonhos (Inland Empire), filme que passa hoje (22/10) na Mostra Internacional de Cinema. Lá fora, o filme já saiu em DVD. Acho que uma das maneiras de interpretar o filme é vê-lo como uma ode à tecnologia digital.

Nunca a câmera se movimentou tanto nos filmes do David Lynch, e nunca chegou tão perto do rosto dos atores. O fio de história é banal, sobre uma atriz que trabalha num filme cujo roteiro seria amaldiçoado. A câmera convencional, com celulóide, aparece como personagem, apesar de não ser usada por Lynch.

O tempo é circular e personagens diferentes têm memórias em comum. O filme todo se parece com o fim de Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive), longa-metragem anterior do diretor. A presença do equipamento analógico é opressiva e leva a atriz interpretada por Laura Dern a confundir ficção e realidade.

Hollywood é mostrada como uma cidade cheia de prostitutas, onde alguém pode ser morto no meio da rua sem que ninguém faça alguma coisa a respeito. Não existe saída para a personagem de Laura Dern enquanto a câmera analógica está ligada.

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Ela tem que passar por um seriado de televisão, em que as pessoas têm cabeça de coelho, e acabar com um fantasma antes de superar o clima de pesadelo que domina a maior parte do filme. Ela tem que deixar o analógico para trás antes de o David Lynch fechar o filme com o final mais para cima de sua carreira.

Sei que uma interpretação do filme baseada no suporte que o diretor usa talvez não seja a melhor que se possa dar. Mas, olhando Império dos Sonhos por esse ângulo, muitas coisas que não fariam sentido passam a fazer. Ainda não cheguei a uma conclusão sobre o que a Polônia tem a ver com toda essa história, mas aceito sugestões.

Acima, o trailer japonês do filme.

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