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A operação de guerra do Speedy

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Por Renato Cruz
Atualização:

Durante os mais de dois meses em que as vendas do Speedy estiveram suspensas, no ano passado, Mariano de Beer, então vice-presidente executivo da Telefônica, tinha pendurada na parede, atrás de sua cadeira, a reprodução de um cartaz de propaganda que o governo britânico mandou fazer durante a Segunda Guerra Mundial. Sobre um fundo vermelho, o pôster trazia escrita a frase: "Keep calm and carry on" (em português, algo como "mantenha a calma e siga em frente").

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O conselho servia tanto para a equipe quanto para ele mesmo. Mas, diferentemente de Londres durante o conflito mundial, os foguetes V-2 que atingiram o serviço de banda larga da operadora não vieram de nenhum inimigo, mas da própria Telefônica. A empresa enfrentou uma série de panes no Speedy, que deixaram milhões de clientes sem internet, por causa de falhas na sua operação. A principal explicação da empresa é que ela não deu conta de atender à demanda explosiva.

"Basicamente, o que acho que aconteceu é que tivemos um período em que a banda larga teve um crescimento muito acelerado, e nós avaliamos mal nossa capacidade de acompanhar esse crescimento", explicou De Beer. Ele negou que tenha faltado investimento, como acusaram vários críticos. O que se pode depreender da operação de guerra montada para resgatar o serviço é que houve um grande problema de gestão.

A equipe liderada por De Beer conseguiu estabilizar o Speedy, o que levou a Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel) a liberar novamente a sua venda em agosto de 2009. Mesmo assim, a fotografia do ano passado não foi bonita. Em todo ano, a Telefônica conquistou 81 mil clientes de banda larga, o que equivale ao crescimento de somente dois meses de 2008. A empresa liderou pela quarta vez seguida o ranking de reclamações no Procon-SP, sendo responsável por 37% das queixas no ano. Em fevereiro, o jornal britânico Financial Times disse que César Alierta, presidente mundial da Telefónica, estuda a compra da Telecom Italia ou da Portugal Telecom para resolver os problemas que enfrenta no Brasil, o que mostra o tamanho da encrenca por aqui.

Mais informações no Estado de hoje ("Telefônica fez operação de guerra para salvar o Speedy", p. N9).

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