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A Portugal Telecom e a Vivo

Por Renato Cruz
Atualização:

Na segunda-feira, o conselho de administração da Portugal Telecom (PT) rejeitou por unanimidade uma proposta de 5,7 bilhões da sua sócia Telefónica pelos 50% que detém no controle da Vivo, maior operadora celular do País. Como a oferta feita pelos espanhóis no último dia 6 tem um mês de validade, a direção da empresa portuguesa ainda pode sofrer pressão de acionistas para que mude de ideia.

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Em entrevista por telefone, Zeinal Bava, presidente executivo da PT, foi enfático ao negar interesse de vender sua participação na companhia brasileira. "A oferta para a aquisição da nossa participação na Vivo não se enquadra na nossa ambição de crescimento, visão de futuro e objetivos de criação de valor acionista", explicou Bava. "Desinvestir do Brasil, por meio da alienação da Vivo, significaria amputar o futuro da PT, uma vez que a escala e o crescimento são fatores críticos de sucesso no setor das telecomunicações."

A oferta da Telefónica embutia um ágio de cerca de 145%. Mesmo assim, foi recebida sem nenhum entusiasmo pela sócia portuguesa. "Saudamos o fato de o mercado valorizar os nossos ativos, porque é, acima de tudo, um reconhecimento do trabalho de criação de valor que a gestão da PT tem feito na Vivo", disse Bava. "Mas o valor de um ativo que potencializa o crescimento futuro, como é a Vivo, não pode ser medido apenas por um critério meramente financeiro. É também um valor estratégico e é assim que tem de ser equacionado."

O mercado acionário, por outro lado, recebeu muito bem a proposta da Telefónica, que definiu um novo patamar de preço para os papéis da Vivo. Num dia em que a Bovespa caiu 1,57%, as ações ordinárias da Vivo dispararam 34%, cotadas a R$ 58,30, e as preferenciais subiram 4,7%, a R$ 47,65. A TIM, a outra opção da Telefónica para integrar sua operação fixa de São Paulo com uma celular, também foi beneficiada, com alta de 8,7% nos papéis com direito a voto e de 5,7% nos preferenciais.

Mais informações no Estado de hoje ("'Sair do Brasil é amputar o futuro da PT', diz Bava", p. B15).

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