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A previsão de Moore

Aos 50 anos, a Lei de Moore, enunciada pelo cofundador da Intel, continua a ditar o ritmo acelerado do mercado de tecnologia

Por Renato Cruz
Atualização:
 Foto: Estadão

Há exatos 50 anos, Gordon Moore, cofundador da Intel, publicou na Electronics Magazine um artigo em que previu que, a cada período de 12 meses, a indústria iria dobrar o número de transistores contidos num chip. Em 1975, o engenheiro fez uma revisão de seu estudo, e mudou o prazo médio para 24 meses.

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A previsão ficou conhecida como Lei de Moore, e acabou por ditar o ritmo acelerado do mercado de tecnologia da informação. Ela teve impacto em todas as áreas da eletrônica, e não somente na computação. Na prática, a Lei de Moore diz que, de dois em dois anos, é possível comprar um chip com o dobro da capacidade, do mesmo tamanho e pelo mesmo preço do que se comprava antes.

Quando Moore fez sua previsão, há meio século, o transístor tinha o tamanho da borracha que fica na ponta de um lápis. Atualmente, é impossível ver o componente a olho nu. O primeiro microprocessador da Intel, de 1971, tinha 2.300 transistores. O chip lançado este ano tem 1,3 bilhão. Se um smartphone usasse a tecnologia de 1971, seu processador seria do tamanho de um carro.

A Lei de Moore é uma lei de mercado. Não é uma lei científica. A Intel e seus concorrentes têm corrido atrás dessa meta desde que foi feita a previsão, tornando-a uma profecia autorrealizada.

Na verdade, algumas descobertas científicas feitas nas últimas décadas permitiram saltos maiores do que dobrar a capacidade a cada dois anos. Uma característica importante da Lei de Moore, no entanto, é trazer previsibilidade ao mercado. Fabricantes de eletrônicos e desenvolvedores de software já contam com essa velocidade de evolução na capacidade de processamento ao projetar novos produtos.

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Mas até quando dá para mantê-la? Há anos escuto que a tecnologia do silício está chegando ao seu limite físico, e que não vai ser possível manter o ritmo sem encontrar algum material alternativo para fabricar os chips.

"A gente tem tranquilidade de que a Lei de Moore vai continuar valendo por pelo menos 10 anos", disse David González, diretor geral da Intel Brasil. "O Brian (Krzanich, presidente mundial da Intel) costuma dizer: 'o maior pesadelo de qualquer CEO é ser o último da Lei de Moore, e não serei eu'."

As comemorações dos 50 anos da Lei de Moore acontecem numa época de grandes mudanças no mercado de tecnologia da informação. O microcomputador deixou o espaço central que ocupava há poucos anos, e registra queda de vendas no mundo todo.

A situação é tão desafiante que o mercado financeiro reagiu bem, na semana passada, à notícia de que a Intel conseguiu manter inalterado seu faturamento no primeiro trimestre deste ano. A fabricante compensou a queda no mercado de chips para PCs com crescimento em processadores para centros de dados, internet das coisas e memórias.

Espaço

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O astronauta canadense Chris Hadfield ficou conhecido há dois anos por um vídeo em que aparecia cantando uma versão de "Space Oddity", de David Bowie, na Estação Espacial Internacional. Na semana passada, ele anunciou que vai lançar um álbum completo. Ele ficou na Estação Espacial por cinco meses em 2013, onde fez gravações de voz e violão que serão usadas no álbum.

Segurança

Um estudo da Return Path analisou 1.049 marcas globais de 31 países, para verificar se seus e-mails estão protegidos contra fraudes. A empresa especializada em correio eletrônico analisou a adoção de um protocolo chamado DMARC, sigla em inglês de autenticação, relatório e conformidade de mensagem baseada em domínio. No mundo, somente 22% das companhias aderiram à tecnologia. Nos Estados Unidos, a taxa está em 33% e, no Brasil, em 15%.

No Estado de hoje ("A previsão de Moore", p. B7).

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