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As celulares da Telefônica

O histórico da Telefônica não tem sido bom nas suas tentativas de adquirir empresas para resolver o problema da operação brasileira. No ano passado, ela perdeu uma disputa pelo controle da GVT, operadora de telefonia fixa e banda larga da região centro-sul do País, para a francesa Vivendi. Atualmente, o grupo espanhol tenta adquirir os 50% do controle da Vivo, maior operadora celular do Brasil, que pertencem à Portugal Telecom.

Por Renato Cruz
Atualização:

A concorrente Oi tem uma estratégia integrada de telefonia fixa e móvel. A Claro trabalha próxima da Embratel, que pertence ao mesmo grupo, do bilionário Carlos Slim. Lá no México, Slim está em processo de consolidar suas operações fixas e móveis. A ideia da Telefônica para o Brasil é unir a Telesp (sua operação fixa) à Vivo, o que, segundo estimativas da empresa espanhola, poderia gerar sinergias de 2,8 bilhões.

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No último dia 6, a Telefônica apresentou uma proposta de 5,7 bilhões pela participação dos portugueses na Vivo. Na semana passada, o conselho de administração da Portugal Telecom rejeitou por unanimidade a proposta, que embutia um ágio de 145% sobre o último fechamento dos papéis da operadora brasileira.

O presidente da Portugal Telecom, Zeinal Bava, disse na semana passada que a venda da Vivo "significaria amputar o futuro da PT". O crescimento da operadora portuguesa vem do Brasil, e o País foi responsável por 51% do faturamento da companhia no primeiro trimestre.

A Telefônica se recusou a aumentar a proposta, que classificou como "completa, justa e definitiva", e partiu para um trabalho de convencimento dos acionistas da empresa portuguesa. "O fato de o conselho da PT ter rejeitado a oferta por unanimidade deveria despertar dúvidas com relação à governança corporativa da empresa", afirmou na semana passada o diretor financeiro da Telefônica, Santiago Fernández Valbuena.

Antes de apresentar a proposta pela Vivo, a Telefônica tentou convencer os portugueses a fazer uma fusão entre a Telesp e a operadora celular, sem sucesso. A operação faria todo o sentido para a Telefônica, pois o crescimento forte dos celulares ajudaria a compensar o declínio da telefonia fixa. A Portugal Telecom não viu vantagem.

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A Telefônica tem duas operadoras móveis no Brasil. Além de estar na Vivo, é a maior acionista individual da Telecom Italia, dona da TIM. Mas, na prática, não controla nenhuma. Os espanhóis não podem participar das reuniões do conselho que tratam da TIM Brasil, por causa de sua presença na Vivo.

Nos últimos meses, a Telefônica tentou também assumir o controle da Telecom Italia, o que permitiria fundir a TIM Brasil à Telesp, mas foi barrada por motivos políticos. O governo italiano não aceitou que a maior operadora do país fosse controlada por estrangeiros.

Mais informações no Estado de hoje ("Com duas operadoras móveis, empresa não manda em nenhuma", p. N4).

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