"As empresas não vão abrir mão dos seus direitos", diz Carlos André Albuquerque, presidente da Neotec, associação de empresas de MMDS. "Nossa esperança é que a Anatel reconheça a consulta como equivocada e chame o setor para dialogar." O argumento das empresas de MMDS é que a redução das frequências mataria o serviço, que compete num mercado em que predominam os pacotes de TV, internet e telefonia. Segundo eles, seria necessário 1 MHz por canal de TV, sem contar o espectro da banda larga. Com 50 canais, não seriam competitivos nem mesmo na televisão paga.
Um grupo de fabricantes de equipamentos de telecomunicações, que defende o uso das frequências do MMDS para a quarta geração do celular, com a tecnologia Long Term Evolution (LTE), afirma que o maior temor hoje são as disputas judiciais, que poderiam se arrastar durante anos, paralisando o mercado e afastando investimentos.
"O pior mundo é o que está acontecendo com a faixa de 3,5 GHz", afirma Paulo Breviglieri, gerente geral da Qualcomm do Brasil. As grandes operadoras de telefonia fixa ficaram descontentes com as regras para o leilão dessa faixa, que serve para banda larga, em setembro de 2006. A concorrência acabou sendo suspensa por uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) e até agora não foi retomada.
Mais informações no Estado de hoje, 10/10 ("Briga entre celulares e TV paga pode ir à Justiça", p. B11).