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Don DeLillo e o Brasil

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Por Renato Cruz
Atualização:

 Foto: Estadão

Estou lendo Falling Man (Scribner), Homem em Queda, romance do Don DeLillo sobre o 11 de setembro. Keith Neudecker trabalhava no World Trade Center e sobrevive aos ataques. Ele encontra uma mala com um CD de música brasileira dentro e vai devolver à dona:

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"Nunca estive no Brasil", ela disse. "Penso no lugar algumas vezes." "Estou conversando com alguém. Bem no começo da negociação. Sobre um trabalho que envolve investidores brasileiros. Posso precisar aprender algum português." "Todos nós precisamos de algum português. Todos nós precisamos ir ao Brasil. O disco que está tocando é o que você tirou de lá."

Com o 11 de setembro, a realidade entrou em sincronia com o mundo de conspiração e paranóia em que vivem os personagens do Don DeLillo. Ele costuma escrever sobre pessoas intelectualmente privilegiadas e emocionalmente limitadas. Aqui não é exceção.

Andando pelo Washington Square Park, Lianne, ex-mulher de Keith, se lembra de um poema de Bashô: "Mesmo em Kyoto --- Sinto falta de Kyoto". Falta o segundo verso e ela pensa que não importa. A citação é bem interessante, dado o contexto, mas mais para frente o autor estraga tudo. Lianne pensa "Mesmo em Nova York --- Sinto falta de Nova York".

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