A Telefônica anunciou ontem (7/10) uma proposta de compra de 100% das ações da operadora de telecomunicações brasileira GVT. A empresa oferece R$ 48,00 por papel da operadora, em dinheiro, o que equivale a um total de R$ 6,5 bilhões. A proposta é 14,3% maior do que os R$ 42 por ação anunciados no começo de setembro pela francesa Vivendi, que não opera telecomunicações no Brasil. O anúncio pode fazer com que a Vivendi, ou até alguma outra empresa, apresente um novo lance.
A GVT surgiu como competidora da Brasil Telecom, em Estados das Regiões Sul e Centro-Oeste, e se expandiu. Hoje, ela está presente em mais de 80 cidades. Em São Paulo, onde atua a Telefônica, só atende a grandes empresas, o que faz com que praticamente não haja sobreposição entre as operações. "A GVT é a operadora que mais cresce no Brasil", afirmou Mariano de Beer, vice-presidente executivo da Telefônica.
A operadora espanhola espera concluir a aquisição, incluindo uma aprovação do negócio pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), até 19 de novembro. A GVT informou ter ficado sabendo da proposta ontem, quando a Telefônica divulgou o fato relevante, e que vai se pronunciar somente depois de analisá-la.
A compra da GVT marcaria a entrada da Telefônica no mercado residencial de telefonia fixa e banda larga fora do Estado de São Paulo, concorrendo diretamente com a Oi, que comprou a Brasil Telecom em 2008. "A aquisição da GVT é um negócio que faz bastante sentido para a Telefônica", afirmou Luis Minoru Shibata, diretor de Consultoria da PromonLogicallis. "Há muito tempo o mercado espera uma oferta da Telefônica pela GVT."
Mais informações no Estado de hoje ("Telefônica oferece R$ 6,5 bi por GVT", p. B14).