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Todos contra a Positivo

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Por Renato Cruz
Atualização:

A vida não está fácil para a Positivo Informática. Primeiro, a concorrente HP anunciou ter ultrapassado a empresa brasileira em vendas no País no primeiro trimestre. Depois, a ex-líder do ranking anunciou um prejuízo de R$ 33,7 milhões no período. Sua margem bruta passou de 33,3%, entre janeiro e março de 2010, para 20,7%. A receita líquida despencou 20,6% e suas vendas, em unidades, tiveram redução de 8,3%. Pela diferença entre faturamento e volume, dá para perceber que a empresa, além de vender menos PCs, vendeu também PCs mais baratos.

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A briga pelo mercado brasileiro está feia. O Brasil é hoje um poucos mercados de PCs em expansão no mundo. No primeiro trimestre, as vendas de computadores caíram 3,2% no mundo, segundo a consultoria IDC. Por aqui, cresceram 13%, chegando a 3,1 milhões de unidades, de acordo com a consultoria ITData.

"A competição está muito forte", disse Ivair Rodrigues, diretor de Estudos de Mercado da ITData. "Eu achava que essa concorrência teria tempo para terminar. Nem o próprio varejo ganha com esses preços tão baixos. As margens estão muito apertadas."

A Positivo preferiu não comentar os seus resultados trimestrais, que saíram no último dia 12. Dias antes da divulgação, no entanto, Hélio Rotenberg chegou a falar sobre a conquista do primeiro lugar pela americana HP. Ele apontou fatores sazonais para explicar a mudança.

"A gente entregou muito pouco para governo, por causa da mudança dos governos estaduais e do federal", disse, na ocasião. "Temos esperança de recuperar a posição no segundo trimestre. O governo já retomou as compras. Foi uma coisa pontual."

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A Positivo liderou o mercado brasileiro de microcomputadores por 25 trimestres consecutivos. O Brasil era um dos poucos países em que uma fabricante local liderava as vendas. Outra exceção é a China, em que a maior fabricante de PCs é a Lenovo.

Para quem vê de fora, pode parecer que a Positivo está derretendo. Mas quem conhece o mercado dá uma certa razão a Rotenberg, para quem a sua empresa acaba sendo foco das atenções por ser obrigada a divulgar os números. "Está todo mundo falando que mesmo as companhias fechadas tiveram grande prejuízo", chegou a dizer o presidente da Positivo, em março.

No mercado mundial, a situação também é complicada. A HP foi obrigada a adiantar a divulgação de seus resultados globais depois de um comunicado interno, assinado pelo seu presidente Léo Apotheker, ter vazado. O memorando alertava para "mais um trimestre difícil", recomendando "olhar cada centavo e minimizar todas as contratações".

Apesar de seu lucro ter crescido de US$ 2,2 bilhões para US$ 2,3 bilhões em seu segundo trimestre fiscal, encerrado em abril, a HP reduziu sua perspectiva para o ano, citando vendas menores de PCs, uma performance mais fraca da divisão de serviços e o terremoto no Japão.

Mais informações no Estado de hoje ("Todos contra a Positivo", p. N3).

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