"É uma situação que até dá medo, porque o carro está a 200 quilômetros por hora", disse Silvio Stagni, vice-presidente da Samsung. No ano passado, houve uma queda de 4% nas vendas, somando 46 milhões de unidades, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Foi a segunda queda da história no mercado doméstico de aparelhos móveis (a primeira foi em 1999) e a única redução de produção da indústria brasileira.
Para este ano, a previsão da Abinee é de um crescimento de 9% das vendas, chegando a 50 milhões de aparelhos. As exportações, que haviam caído 34% em 2009, devem ficar estagnadas este ano, em 16 milhões de unidades. "O mercado está mais aquecido do que imaginávamos", afirmou Luiz Cláudio Carneiro, diretor da Abinee.
Ele destacou que a queda nas exportações tem dois motivos: o aumento da demanda interna e as expectativas não concretizadas nas exportações.
No ano passado, o Brasil enfrentou uma onda de protecionismo na Argentina, Venezuela e Equador, que barraram o celular brasileiro. Os fabricantes brasileiros esperavam uma melhora este ano na Venezuela e no Equador, que acabou não se concretizando. Na Argentina, essa melhora não veio e nem virá. "A maioria dos grandes fabricantes já está com operações na Argentina", explicou Carneiro.
Mais informações no Estado de hoje ("Explosão de vendas de celulares leva fabricantes a reduzir exportações", p. B14).