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Por dentro das inovações em serviços financeiros

A Inteligência Artificial invade o mundo dos Investimentos

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Por Guilherme Horn
Atualização:
 

A partir de meados da década de 90, os modelos quantitativos para negociar ações e derivativos no mercado financeiro ganharam muita força. Assistimos a uma proliferação de sistemas, estratégias e modelos matemáticos que buscavam oportunidades de operações de compra e venda de ativos, que, dado o volume de dados analisados, nenhum operador, por mais experiente que fosse, seria capaz de identificar. Os chamados fundos quantitativos cresceram e ganharam relevância, até que um fato novo e inesperado causou um revés na tendência de ganhos e lucros: a crise de 2008. Poucos fundos resistiram à crise, quando os modelos colapsaram em função das premissas não imaginadas e causaram enormes prejuízos aos seus investidores.

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Agora estamos diante de uma nova geração de operações automatizadas, que passa a incorporar uma tecnologia que promete mudar a vida dos que habitam este planeta para sempre: a inteligência artificial. Não é a toa que Bill Gates, Elon Musk e Stephen Hawking já externaram suas preocupações com os limites do desenvolvimento da inteligência artificial. O seu potencial é um dos mais disruptivos da história.

A nova geração de fundos baseados em modelos matemáticos possui sistemas que aprendem com as operações realizadas, técnica conhecida como machine learning. Isto significa que estes sistemas são capazes de aprimorar as estratégias existentes, tornando-as mais assertivas, ou mesmo montar novas estratégias de forma autônoma. Aliando-se inteligência artificial e big data, podemos ter sistemas capazes de analisar milhões de informações estruturadas e não estruturadas, em segundos, e prever que impacto isto terá no mercado. Um exemplo seria o sistema considerar em suas análises uma mensagem do Presidente Trump no Twitter, prevendo o seu impacto nos preços dos ativos. Um sistema como este pode analisar em segundos uma quantidade de dados e informações que um ser humano levaria meses ou anos para avaliar e correlacionar. Esta capacidade coloca nas mãos dos gestores de recursos um arsenal nunca antes visto ou imaginado e que vai lhes permitir tomar decisões muito mais assertivas.

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Este cenário já é uma realidade para alguns fundos nos EUA, na Ásia e até no Brasil. Todo o racional ainda é bem teórico, já que só o tempo dirá o que é realmente factível nesta revolução. A curva de aprendizagem não é curta, mas uma coisa é certa: teremos a rara oportunidade de assistir a uma verdadeira transformação de toda uma indústria.

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