PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Por dentro das inovações em serviços financeiros

Acessando Investimentos antes inacessíveis

Por Guilherme Horn
Atualização:
 

Os fundos de Private Equity e os Hedge Funds nos Estados Unidos são normalmente produtos de investimento para indivíduos do segmento chamado de ultra-high-net-worths, ou, simplesmente, pessoas com um patrimônio muito elevado (acima de algumas dezenas de milhões de dólares). Isto porque seus gestores não costumam ter tecnologia nem estrutura para expandir a captação para públicos maiores. Com isso, muitos investidores não têm acesso a estes fundos e não têm a possibilidade de obter os ganhos que eles costumam proporcionar.

PUBLICIDADE

James Waldinger era um dos gestores do Clarion Capital, o fundo que administra a fortuna pessoal de Peter Thiel, um dos empreendedores/investidores mais controvertidos do Vale do Silício. Fundador do PayPal, Thiel é autor do livro De Zero a Um e criou polêmica ao defender o então candidato Donald Trump na corrida pela eleição para presidente dos EUA. E como boa parte dos bilionários do Vale do Silício, possui um fundo ativo, que faz investimentos em startups em diferentes estágios. Pois James Waldinger, quando era gestor de um de seus fundos, sentiu na pele a incapacidade do Clarion captar dinheiro com muitos investidores, apesar de ouvir com frequência que eles adorariam ter uma forma de investir em seu fundo. Vendo aí uma oportunidade, Waldinger pediu demissão e fundou a Artivest.

Quando o usuário entra na Artivest, ele vai para uma área chamada Fund Experience. Nela, o investidor vai conhecer todas as opções de fundos, sua estratégia, equipe de gestão, performance passada, portfólio de investimentos e riscos associados. Uma vez escolhido um fundo de interesse, ele é direcionado para a seção  Deeper Dive, um mergulho profundo nos detalhes do fundo, os documentos que comprovam tudo o que foi dito na etapa anterior. Se o usuário estiver seguro e com a decisão tomada, basta concordar com os termos e solicitar a alocação. A Artivest verifica qual o investimento mínimo necessário para se aplicar naquele fundo e completa o valor necessário para realizar a operação. A partir daí, a plataforma oferece ferramentas de monitoramento dos investimentos do usuário, tudo de forma interativa e muito visual.

Publicidade

O que a Artivest está fazendo é dar um acesso duplo: para investidores, ela dá acesso a produtos antes exclusivos a pessoas muito ricas e do relacionamento dos gestores; e, para gestores de Private Equity e Hedge Funds, acesso a um segmento inexplorado de investidores.

Por trás da iniciativa, nomes de peso: 500 Startups, uma das maiores aceleradoras globais de startups; o antigo chefe de Waldinger, o investidor Peter Thiel; o fundo KKR, que reúne atualmente 98,6 bilhões de dólares em ativos; além de alguns outros, não menos importantes.

Interessante notar que o que a Artivest está fazendo é seguindo um modelo de negócio similar ao que fizemos na ÓRAMA, aqui no Brasil, a partir de 2010. A ÓRAMA nasceu com o objetivo do duplo acesso. Foi a primeira plataforma de investimentos no país a oferecer para o Varejo, de forma 100% digital, acesso a fundos antes exclusivos de clientes de Private. E provou estar certa, tanto que vimos muitas corretoras de valores migrarem para este modelo, como Rico, Modal, Easynvest, Genial, Guide, além de players maiores como BTG Pactual e a própria XP, já uma "gigante" do setor. A diferença é o mercado em que estão inseridas. Em pouco tempo, a Artivest atingiu o estágio Series A e levantou com investidores 15 milhões de dólares. E segundo Waldinger, o CEO da empresa, o mercado de investimentos alternativos, como também são chamados os segmentos de Private Equity e Hedge Funds, devem receber num futuro próximo cerca de 2,7 trilhões de dólares globalmente, como novos aportes vindos das famílias mais ricas do planeta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.