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Por dentro das inovações em serviços financeiros

Google de olho nas transações financeiras

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Por Guilherme Horn
Atualização:
 

O Google lançou na semana passada, na Índia, uma carteira virtual (wallet), que promete sacudir o mercado. O serviço chama-se TEZ e é totalmente gratuito. Através dela, o usuário pode fazer pagamentos em estabelecimentos comerciais ou enviar dinheiro para outras pessoas, tudo de forma muito simples e sem pagar nenhuma taxa.

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Sempre que fazemos um pagamento, por exemplo usando um cartão de crédito, há uma série de taxas embutidas. As taxas remuneram o banco emissor do cartão, o adquirente ou subadquirente e a bandeira do cartão. No caso do cartão de débito, não é muito diferente. O serviço que o Google acaba de lançar, no entanto, vincula o celular do usuário diretamente à sua conta corrente, tirando todos os intermediários do processo. Com isso, os comerciantes passam a receber os valores sem o pagamento de taxas e este percentual, que pode chegar a 5% do valor da compra, pode ser revertido em desconto para os clientes.

Para evitar dificuldades técnicas na implementação, em função dos diferentes tipos de celulares existentes no mercado indiano, o Google resolveu usar a tecnologia AQR (Audio QR Code). O método é proprietário e a empresa já o utiliza com sucesso desde 2014, em aparelhos como o Chromecast. A vantagem é poder ser facilmente implementado em smartphones de baixo custo, como a maioria dentre os 300 milhões de aparelhos em operação na Índia.

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A infraestrutura que viabilizou o TEZ foi a UPI (Unified Payment Interface), o padrão de comunicação entre bancos lançado pelo governo indiano, para facilitar as transações num mercado altamente pulverizado, com 55 grandes bancos e centenas de outros menores. Enquanto vários outros players lançam suas wallets no mercado indiano, com preços já competitivos para os padrões atuais, como o chinês AliBaba (Paytm) e o gigante do ecommerce indiano Flipkart, o Google chega inovando com um modelo gratuito. A esta altura o caro leitor está se perguntando: mas como o Google vai ganhar com isso? Pois, mais uma vez, o valor deste negócio está nos dados que ele vai gerar, permitindo que o Google conheça cada vez mais profundamente os hábitos dos usuários. Com isso, conseguirá fazer ofertas cada vez mais relevantes para estes usuários; e, assim, poderá ganhar dinheiro com os anunciantes. Mais uma amostra de como o Google continua imbatível em seu modelo comercial publicitário!

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