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Por dentro das inovações em serviços financeiros

Investindo com Robôs

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Por Guilherme Horn
Atualização:
 

Se você já recebeu uma recomendação de investimento do seu gerente de conta no seu banco, é provável que tenha se questionado se aquela recomendação pode ter sido influenciada por algum incentivo, como uma campanha de vendas ou alguma meta a ser batida naquele mês.

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É bem possível que você tenha razão em sua desconfiança. Os gerentes de conta nos bancos possuem suas metas de vendas sim, e isto pode gerar conflitos de interesse em suas recomendações. Por isso, alguns bancos tentam reduzir este conflito, usando consultores de investimento. O fato é que muitos especialistas questionam a simples presença de um ser humano neste processo, uma vez que ele é suscetível a influências das mais diversas, como políticas, econômicas e mesmo pessoais. Imagine um consultor de investimentos que há anos atrás recomendou a um parente próximo que investisse boa parte de suas reservas de longo prazo em ações da Petrobrás e da Vale, que até então eram considerados ativos com baixo risco na Bolsa de Valores. Suponhamos que ontem este parente tenha lhe telefonado, relatando um sério problema de saúde e dizendo precisar vender aquelas ações, mesmo valendo 70% menos do que o preço que pagou. Se você, cliente deste consultor, ligar hoje para ele, pedindo recomendações de ações, é provável que ele faça uma recomendação bem mais conservadora do que faria dois dias antes, por estar neste momento abalado emocionalmente com a situação do seu parente.

É por isso que tem crescido nos EUA, Europa e Ásia o uso dos chamados "robo advisors". Estes robôs são, na verdade, sistemas computacionais que automatizam o processo de recomendação de investimentos. Mas como isso funciona?

O usuário responde a uma série de perguntas do robô e, com base nos seus objetivos de investimento, prazo e apetite ao risco, o sistema faz uma recomendação de alocação dos recursos. Os robôs também podem ser usados para analisar um determinado portfolio e recomendar um rebalanceamento dos ativos investidos.

Os mais famosos nos EUA são BettermentWealthfront e Future Advisor, mas há muitos outros, que juntos já gerenciam cerca de U$20 bilhões. Recentemente, os grandes bancos, como o Bank of America e Citibank, e as grandes plataformas, como eTradeCharles Schwab e Fidelity reagiram a esta tendência e hoje já têm os seus próprios robôs.

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No Brasil, a ÓRAMA lançou os primeiros robôs em 2011 como parte de sua plataforma e, mais recentemente, Magnetis  e Vérios lançaram sites focados em consultoria automatizada no país. Vale a pena conferir.

 

 

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