Americanos veem inteligência artificial como ameaça a empregos – mas não a si mesmos

Três em cada quatro americanos acredita que computação vai eliminar vagas de trabalho, mas apenas 25% creem que vão perder o emprego

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Por Niraj Chokshi
Atualização:
O supercomputador Watson, da IBM, por exemplo, pode substituir departamentos inteiros com seus cálculos Foto: IBM

A grande maioria dos americanos acredita que a inteligência artificial (IA) levará à diminuição de empregos na próxima década, mas poucos acham que sua própria posição esteja ameaçada. 

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Entretanto, apesar do temido encolhimento dos postos de trabalho, a população já adota amplamente a IA em seu dia a dia. Segundo pesquisa realizada no segundo semestre do ano passado, cinco em cada seis americanos usam um produto ou serviço baseado em IA.

“Embora eles talvez nem percebam, a IA já ocupa, de um modo ou outro, um grande espaço na vida dos americanos”, disse Frank Newport, ex-editor do Gallup, instituto que conduziu a pesquisa em conjunto com a Universidade Northeastern. 

A pesquisa considerou como inteligência artificial qualquer tecnologia que possa desempenhar uma tarefa como os seres humanos desempenham. É uma definição que parece abrangente – e é. 

As conclusões mostram que três em quatro americanos acreditam que a inteligência artificial vá mudar decisivamente na próxima década o modo como a população trabalha e vive. A mesma proporção crê que a IA eliminará mais empregos do que criará, embora apenas um em cada quatro pesquisados se diga preocupado em perder o próprio emprego. 

Onipresência. As conclusões do estudo mostram também como muitos produtos se tornaram onipresentes na vida da população dos Estados Unidos. 

Por exemplo: segundo a pesquisa, cerca de 84% dos americanos usam aplicativos de navegação como Google Maps, Waze e Apple Maps. E 72% dos entrevistados baixam música ou vídeo de serviços como Netflix e Pandora.

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Quase metade disse que usa assistentes pessoais no smartphone, enquanto cerca de 32% usam aplicativos de compartilhamento de carona. Cerca de 22% usam assistentes pessoais domésticos, como Google Home e Alexa, da Amazon. Vinte por cento possuem algum dispositivo doméstico inteligente, como lâmpadas inteligentes ou termostatos.

Esses recursos são mais amplamente utilizados pelos americanos mais jovens e mais escolarizados. Mais de 90% dos adultos que têm pelo menos bacharelado, ou idade entre 18 e 35 anos, usam aplicativos de navegação.

O relatório complementar traz apenas uma parte das constatações da pesquisa maior, feita com 3,3 mil americanos adultos em setembro e outubro. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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