O trenzinho da PlayKids está ganhando mais um vagão nesta quinta-feira, 26: o Explorer, clube de livros que une leitura para crianças com tecnologia de realidade aumentada. Fruto da união entre o aplicativo de conteúdos infantis por streaming PlayKids com o clube de livros Leiturinha, ambos sob responsabilidade da startup Movile, o produto dá mostras de como será o futuro das duas empresas, juntando mundo real com o digital.
O clube de livros Explorer parece um sistema de assinatura de livros convencional, como já é praticado pela Leiturinha em seu kit. Afinal, no Explorer, os pais ou responsáveis pagam uma mensalidade de R$ 59,90 e recebem um kit todo mês com um livrinho com uma história infantil, 30 cartões ao estilo do jogo de baralho Super Trunfo, um livro de atividades e passatempos, além de alguns presentes -- como um paper toy e um cartão postal.
A diferença deste clube de assinaturas, porém, está escondido em oito das 30 cartas: nelas, basta apontar a câmera do celular, dentro do aplicativo da PlayKids, para ver os objetos em realidade aumentada -- tecnologia que sobrepõe elementos virtuais ao mundo real, como foi visto no jogo Pokémon Go. No caso do Explorer, ao apontar o celular para uma das cartas, a criança poderá ver um navio, um foguete e até um astrolábio -- instrumento naval antigo usado para medir a altura dos astros -- na mesa de casa.
“Ao apontar a Câmera Mágica para o cartão, o item em questão sai do objeto físico e fica disponível para a criança brincar na tela do celular”, explica o diretor de produtos da Movile, Breno Masi, em entrevista ao Estado. “A gente não queria trabalhar com realidade virtual, pois é uma tecnologia que coloca a pessoa em outro mundo, outra realidade. A PlayKids quer que a criança consiga unir o mundo virtual com o real para realizar atividades físicas e mentais.”
Por enquanto, a Câmera Mágica só serve para os cartões, mas o objetivo é expandir para outros serviços. O paper toy, que na primeira edição é uma barraca de acampamento, irá virar uma barraca em tamanho real para a criança explorar: bastaria aproximar do objeto para ver detalhes, por exemplo. Outros detalhes do livro e até atividades devem ganhar recursos na câmera. “O livro vai pedir para a criança encontrar garfos em casa e mostrar à câmera, por exemplo”, explica Masi.
Além disso, a PlayKids encara a nova funcionalidade como um novo passo para seus outros serviços oferecidos no aplicativo de streaming de conteúdo infantil. “A realidade aumentada, aliada de um assistente virtual e um identificador de voz, irá mudar os parâmetros da relação das pessoas com o ambiente virtual”, afirma o diretor de produtos. “Agora, queremos levar essa tecnologia para os novos produtos e já estamos começando com a Câmera Mágica.”
É meu. Além da questão da realidade aumentada, a PlayKids apostou na personalização de seus produtos. Cada livro vem adaptado de acordo com a criança que irá recebê-lo: o nome da criança está em todo produto e a personagem que conta a história é um avatar, criado pelos pais, para fazer com que os pequenos se sintam dentro do livro, se interessando mais pela leitura.
“Queremos que crianças abram o livro e sintam uma sensação diferente, se surpreendam”, afirma Breno Masi, da PlayKids. “Eu cresci lendo a Barsa e outras enciclopédias. Era muito difícil. Queria ter crescido aprendendo desse jeito. Teria sido muito mais fácil e divertido para mim e para meus pais.”