Aplicativo de vídeos Snapchat faz sucesso, mas ignora celebridades

Para garantir experiência autêntica para os usuários, empresa nega tratamento especial a influenciadores

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Por Katie Bener e Sapna Mahesshwari
Atualização:
Musician Jay Sean at home in Weehawken, N.J., Dec. 15, 2016. YouTube, Facebook, Twitter and Instagram have all reached out to Sean in various ways, as they often do with celebrities who post with them. But not so with Snapchat, which treats celebrities like typical users. ?Snapchat serves a different purpose,? Sean says. ?On Snapchat, I really know my fans. They don?t like anything too contrived or too staged on Snapchat.? (Bryan Anselm/The New York Times) 

O músico Jay Sean visitou a sede do YouTube, do Facebook e do Twitter. E o Instagram o procurou para ensinar o melhor momento para postar fotos e obter o máximo impacto. Mas há uma rede social que nunca entrou em contato com o músico, embora ele use o aplicativo frequentemente para postar alguns fragmentos da sua vida: o Snapchat.

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“Quando se trata de celebridades, o Snapchat é diferente do Instagram ou do Twitter”, disse Sean, cujo grande sucesso foi a música Down, que conta com a participação da artista de hip-hop Lil Wayne. Sean tem mais de 470 mil seguidores no Instagram, mas não sabe quantas pessoas o seguem no Snapchat, porque a empresa não passa a informação.

As redes sociais tradicionalmente criam vínculos estreitos com atores, músicos, políticos e pessoas conhecidas somente pela presença online, porque eles têm poder de atrair mais usuários. Mas o Snapchat – mantido pela Snap, startup que pretende fazer sua oferta inicial de ações (IPO, em inglês) no próximo ano – é uma exceção à regra.

Em vez de dar a celebridades como Jay Sean um tratamento “vip”, o Snapchat limita suas vantagens e os trata como usuários comuns. Em vez de cortejar pessoas que exercem influência, com um grande número de seguidores na mídia social, o aplicativo não se envolve com elas. Por trás disso está a estratégia de oferecer uma experiência mais autêntica. Quanto mais a vida real de alguém aparece no serviço, mais íntimo e pessoal o Snapchat é considerado. 

“O Snapchat atende a um objetivo diferente”, disse Sean. “No app eu realmente conheço meus fãs. Eles não gostam de nada artificial ou manipulado.”

O serviço diz que prefere que as celebridades usem o aplicativo como pessoas comuns, e não como plataforma para vender produtos. Entre as regras de serviço da companhia está a proibição de receber pagamentos por postagens.

Influenciadores. Tudo isso contrasta com a maneira como Facebook, Twitter e outras redes sociais dependem de pessoas influentes para aumentar sua popularidade. Celebridades são tão importantes para o Facebook que, quando a rede social abriu seu capital, em 2012, Lady Gaga e um cão famoso chamado Boo foram mencionados nos documentos apresentados à agência reguladora. Em sua solicitação de IPO, em 2013, o Twitter sublinhou que o chef Mario Batali e o presidente Obama eram seus usuários.

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O YouTube, do Google, chegou até a criar uma nova categoria de celebridade online, a dos influenciadores. E o Instagram apoia celebridades que compartilham fotos e ajudam a atrair um público maior.

Alguns usuários manifestaram seu desagrado com o Snapchat. Um deles, Shaun McBride, postou uma carta aberta no YouTube no mês passado queixando-se sobre como a companhia trabalha com pessoas influentes. “No caso do YouTube tenho um agente e eles me ajudam em tudo. Não tenho o mínimo contato com o Snapchat e eles não estão realmente acolhendo seus criadores.” /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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