Apple pode produzir filmes e séries

Empresa busca executivos de TV e de Hollywood; meta é usar conteúdo original para acirrar guerra do streaming de música contra o Spotify

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Por Redação
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A Apple está planejando investir na área de vídeo: segundo reportagem do jornal norte-americano The Wall Street Journal, a empresa está em busca de parcerias com estúdios e produtores de conteúdo de Hollywood para desenvolver filmes e séries de conteúdo original – da mesma forma que hoje fazem empresas como Amazon e Netflix. 

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Segundo as fontes citadas pelo jornal norte-americano, o plano da Apple é oferecer seus vídeos para os assinantes do Apple Music, seu serviço de streaming de música que tem 20 milhões de usuários pagantes em todo o mundo. 

Hoje, o Apple Music já tem alguns vídeos em sua plataforma. A maior parte deles, porém, consiste em pequenos documentários sobre artistas. Nos últimos meses, a empresa também adquiriu direitos para ter uma versão de meia hora do “Carpool Karaoke”, quadro de sucesso da TV norte-americana CBS, no qual o apresentador James Corden canta com celebridades. Agora, porém, a Apple está indo em busca de conteúdo de vídeo que não tem nada a ver com música. 

A Apple está em conversas com produtores de TV veteranos para entender a dinâmica do mercado de vídeo, comprando direitos de roteiros para programas de televisão. Além disso, a empresa conversou com executivos de marketing de grandes emissoras americanas, disseram as fontes. 

Um dos argumentos utilizados pela Apple para conquistar programas é o acesso total às métricas de audiência para os produtores de conteúdo – algo que a Netflix não costuma distribuir para seus parceiros. 

Referências. A meta da empresa é começar a oferecer conteúdo original até o fim deste ano. Entre as referências de sucesso usada pela Apple, estão séries como Westworld, exibida pelo canal por assinatura HBO, e Stranger Things, da Netflix. Além de serem duas boas produções de ficção científica, os dois programas também se destacaram em 2016 por receberem atenção do público de internet, em discussões e teorias conspiratórias nas redes sociais. 

No entanto, a meta da Apple não é exatamente competir contra serviços de streaming de vídeo como Netflix, HBO Go e Amazon Prime Video. Segundo as fontes, a ideia da empresa é reforçar o Apple Music na batalha contra o Spotify – hoje, os dois serviços têm praticamente a mesma quantidade de músicas em sua biblioteca, na casa dos 40 milhões de canções disponíveis. 

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No entanto, o Spotify têm hoje mais de 40 milhões de assinantes. Ao todo, o serviço de streaming da empresa sueca tem 100 milhões de usuários em todo mundo – quem não paga a assinatura da plataforma pode ouvir canções de graça, mas com anúncios. Pesa, na comparação entre os dois serviços, questões como adequação aos mercados locais. No Brasil, por exemplo, o Spotify pode ser pago em real (R$ 14,90 ao mês), enquanto a assinatura do Apple Music é cobrada em dólares (US$ 5 mensais). 

Renovação. Além de abrir um novo setor para a empresa, a criação de conteúdo original de vídeo pode ajudar a Apple a se tornar menos dependente das vendas de iPhones e iPads. Em 2016, foi a primeira vez que a empresa viu queda no número de iPhones comercializados desde a criação do aparelho, em 2007. 

No entanto, o setor de serviços – no qual se inclui o Apple Music – tem crescido em importância: no período entre julho e setembro de 2016, o setor faturou US$ 6,3 bilhões, respondendo por 13% da receita da Apple. Um ano antes, essa fatia era de apenas 9,8%.

Ainda é pouco, porém,para sustentar a dependência que a Apple tem do iPhone: entre julho e setembro, as vendas do smartphone foram responsáveis por 60% das receitas da empresa. / AGENCIAS INTERNACIONAIS

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