Campus Party Brasil recebe maratona de programação da ONU

Durante três dias, participantes da décima edição da Campus Party deverão propor soluções para fome, pobreza e mudanças climáticas

PUBLICIDADE

Foto do author Matheus Mans
Por Matheus Mans
Atualização:
Para pedir ajuda na hackathon, campuseiros precisam espetar cataventos na mesa Foto: JF Diório/Estadão

Começou no início da tarde desta quarta-feira, 1, uma grande maratona hacker na Campus Party Brasil. Chamada de The Big Hackathon, a maratona da Campus deverá durar cerca de cem horas e conta com a parceria inédita da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O objetivo, de acordo com os organizadores, é a solução de grandes problemas da humanidade, como fome, pobreza, falta de moradia e mudanças climáticas.

PUBLICIDADE

“Serão dez times focados em cada um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU”, explica o organizador da maratona hacker, Fernando Rychlewski. “Cada time precisará desenvolver algum aplicativo, algum sistema, que ajude o mundo a atingir estes objetivos. Esperamos que saia boas e disruptivas ideias da maratona e que, de fato, ajudem em alguma coisa no planeta.”

Durante a maratona, as equipes poderão contar ainda com a ajuda de mais de 300 mentores, de áreas como tecnologia, legislação e direitos humanos. Para isso, basta espetar na mesa um dos cataventos confeccionados especialmente para a maratona. “Os mentores são um último recurso, mas que pode ajudar bastante na hora de desenvolver algo que sairá daqui, de verdade”, afirma Rychlewski.

De acordo com os organizadores, a maratona deverá contar com cerca de mil pessoas, dentre programadores, designers e empreendedores. As melhores ideias de cada um dos objetivos ficarão à disposição da ONU, que estudará meios de colocar em prática nos países que mais necessitam. As equipes de destaque ainda receberão um ingresso sem camping para o evento.

“Queremos mostrar que é possível empreender e melhorar o mundo e, ao mesmo tempo, obter lucro e gerar emprego e renda para a comunidade”, explica a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes.

Ideias. Apesar de estar em seu primeiro dia, a maratona já começa a mostrar algumas boas e inventivas ideias, mesmo que embrionárias. Eduardo Vogel, por exemplo, está desenvolvendo o aplicativo Eleven Challenge. Com ele, a pessoa registra quanto caminhou por dia. A cada quilômetro caminhado, um valor é doado para uma instituição de caridade escolhida pelo próprio usuário.

“O Eleven une uma vida mais saudável com a ajuda financeira para instituições de caridade”, afirma Vogel. “Todo mundo sai ganhando e o aplicativo, no final, acaba englobando mais de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU."

Publicidade

Eduardo Vogel está desenvolvendo o aplicativo Eleven Challenge duarante a hackathon na Campus Party Foto: Matheus Mans/Estadão

O segredo para reverter doações para as instituições de caridade está no patrocínio. A cada doação revertida por meio do app, a pessoa tira uma selfie e publica no Facebook, junto com um selo do patrocinador. “É ótimo para as empresas patrocinadoras, que acabam fazendo uma publicidade muito positiva”, explica Vogel. “E, no final, também é bom para instituições, que recebem mais doações, e para o usuário, que fica mais saudável.”

O aplicativo de Vogel já está disponível em versão beta para Android. Até o final da maratona, o jovem e sua equipe deverão ter validado o modelo do app e lançado as versões finais do sistema.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.