Começou no início da tarde desta quarta-feira, 1, uma grande maratona hacker na Campus Party Brasil. Chamada de The Big Hackathon, a maratona da Campus deverá durar cerca de cem horas e conta com a parceria inédita da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O objetivo, de acordo com os organizadores, é a solução de grandes problemas da humanidade, como fome, pobreza, falta de moradia e mudanças climáticas.
“Serão dez times focados em cada um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU”, explica o organizador da maratona hacker, Fernando Rychlewski. “Cada time precisará desenvolver algum aplicativo, algum sistema, que ajude o mundo a atingir estes objetivos. Esperamos que saia boas e disruptivas ideias da maratona e que, de fato, ajudem em alguma coisa no planeta.”
Durante a maratona, as equipes poderão contar ainda com a ajuda de mais de 300 mentores, de áreas como tecnologia, legislação e direitos humanos. Para isso, basta espetar na mesa um dos cataventos confeccionados especialmente para a maratona. “Os mentores são um último recurso, mas que pode ajudar bastante na hora de desenvolver algo que sairá daqui, de verdade”, afirma Rychlewski.
De acordo com os organizadores, a maratona deverá contar com cerca de mil pessoas, dentre programadores, designers e empreendedores. As melhores ideias de cada um dos objetivos ficarão à disposição da ONU, que estudará meios de colocar em prática nos países que mais necessitam. As equipes de destaque ainda receberão um ingresso sem camping para o evento.
“Queremos mostrar que é possível empreender e melhorar o mundo e, ao mesmo tempo, obter lucro e gerar emprego e renda para a comunidade”, explica a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes.
Ideias. Apesar de estar em seu primeiro dia, a maratona já começa a mostrar algumas boas e inventivas ideias, mesmo que embrionárias. Eduardo Vogel, por exemplo, está desenvolvendo o aplicativo Eleven Challenge. Com ele, a pessoa registra quanto caminhou por dia. A cada quilômetro caminhado, um valor é doado para uma instituição de caridade escolhida pelo próprio usuário.
“O Eleven une uma vida mais saudável com a ajuda financeira para instituições de caridade”, afirma Vogel. “Todo mundo sai ganhando e o aplicativo, no final, acaba englobando mais de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU."
O segredo para reverter doações para as instituições de caridade está no patrocínio. A cada doação revertida por meio do app, a pessoa tira uma selfie e publica no Facebook, junto com um selo do patrocinador. “É ótimo para as empresas patrocinadoras, que acabam fazendo uma publicidade muito positiva”, explica Vogel. “E, no final, também é bom para instituições, que recebem mais doações, e para o usuário, que fica mais saudável.”
O aplicativo de Vogel já está disponível em versão beta para Android. Até o final da maratona, o jovem e sua equipe deverão ter validado o modelo do app e lançado as versões finais do sistema.