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China bloqueia funções do WhatsApp

Usuários tem relatado problemas para enviar mensagens de áudio e imagens pelo aplicativo, único produto do Facebook que ainda funciona no país

Por Redação Link
Atualização:
WhatsApp é hoje o único produto do Facebook que funciona dentro do "Grande Firewall" chinês Foto: Richard Sison/AP

Usuários chineses do aplicativo de mensagens WhatsApp têm relatado nas redes sociais uma série de problemas no país asiático, sendo incapazes de enviar fotos e mensagens de áudio pelo aplicativo. Segundo o jornal norte-americano The New York Times, um grupo de usuários também tem tido problemas até em enviar mensagens pelo WhatsApp. 

De acordo com os usuários, o único jeito possível de utilizar todas as funções do WhatsApp é usando serviços como VPN (rede privada virtual, na sigla em inglês). Eles permitem que as pessoas acessem uma conexão privada para ter um acesso aos servidores do serviço de mensagens que ficam no exterior. 

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No caso da China, isso significa "passar por cima" do Grande Firewall, sistema que bloqueia acessos no País a sites como Google, Twitter e Facebook. É uma medida adotada pelo governo chinês para evitar a divulgação de notícias sensíveis da esfera política, bem como dificultar a organização de movimentos políticos e sociais de protesto ao comando do país liderado pelo Partido Comunista Chinês. Hoje, o WhatsApp não é exatamente popular na China – o app local WeChat tem a preferência dos usuários chineses –, mas é bastante usado pela população para se comunicar com estrangeiros 

De acordo com especialistas ouvidos pela agência Associated Press, mensagens de áudio e imagens parecem ter sido bloqueados pelo governo, mas as mensagens de texto ainda funcionam. Segundo Nadim Kobeissi, pesquisador de criptografia ouvido pela AP, é improvável que as autoridades chinesas consigam quebrar a criptografia do WhatsApp, mas os problemas atuais podem ser um primeiro passo para o bloqueio completo do aplicativo no País. 

Hoje, o WhatsApp é o único produto do Facebook que funciona na China, mas isso parece mudar agora. Alguns usuários aventaram a hipótese de que o bloqueio ao aplicativo é uma represália à celebração da figura de Liu Xiaobo, ativista político e prêmio Nobel da Paz que morreu na cadeia na semana passada. 

Em outros serviços de internet, como o app de mensagens WeChat e a rede social SinaWeibo, espécie de "Twitter chinês", mensagens prestando tributo a Xiaobo foram bloqueadas pelo governo local. "Nossos documentos mostram uma mudança na censura online chinesa após a morte de Xiaobo", disse o Citizen Lab, projeto de monitoramento da internet feito pela Universidade de Toronto, ao The Telegraph

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