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Buh D'Angelo: 'Diversidade não é 1% do rolê. É 50%'

Jovem de 22 anos é responsável pelo InfoPreta, serviço de assistência técnica de PCs para mulheres

Por Bruno Capelas
Atualização:
Para Buh, faltam exemplos na área de tecnologia Foto: AMANDA PEROBELLI|ESTADAO

O violão na parede e a garrafa térmica do chá para os clientes mostram de cara que a InfoPreta não é uma assistência técnica de PCs “comum”. Localizada no terceiro andar de um prédio no centro de São Paulo, a empresa nasceu para “quebrar o padrão de que toda assistência técnica só tem homens”, como conta sua fundadora, Buh D’Angelo.

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Com média de 15 a 30 atendimentos por dia, a InfoPreta atende, em sua maioria, mulheres. “Muitas das nossas clientes tem nudes guardados. Com uma mulher atendendo, ela sabe que aquilo não vai ser vazado”, explica Buh, responsável pelos consertos em hardware – já sua sócia é quem cuida do software. “A gente conserta na frente do cliente, faz questão de explicar tudo. Às vezes, eu nem cobro, não tem por quê”, diz a empreendedora de 22 anos, que mora em Guarulhos.

Criada pelo pai, Buh se acostumou a ser a única garota ou a única negra nos cursos que fez. Há algum tempo, trancou a faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. “É um lugar que expulsa a gente, que é pobre e preto”, diz ela.

Enquanto não volta a estudar, a empreendedora ajuda quem pode – consertando PCs doados pelos clientes, por exemplo. “Quero ajudar quem eu conseguir. Faltam muitos exemplos nessa área”, diz. “E, além disso, tem muita gente que manda bem e não é conhecida. As empresas falam em diversidade, mas você vai ver, é uma mulher ou negro para cada 100 funcionários. Não é assim: diversidade não é 1% do rolê. É 50%”. 

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